Milícia colombiana ignora cessar-fogo e diz que guerra continua
da Reuters, em Antióquia (Colômbia)Um comandante paramilitar dissidente criticou um cessar-fogo unilateral feito pela maior milícia de extrema direita da Colômbia e disse que seus combatentes irão continuar lutando até a rendição dos rebeldes esquerdistas.
Em uma entrevista à agência Reuters, Rodrigo, comandante dos 1.500 paramilitares do "Bloco Metro", avisou que um cessar-fogo feito pelos 10 mil membros das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) irá trazer vantagens militares aos rebeldes marxistas, envolvidos na guerra que já dura quatro décadas no país.
A proscrita AUC declarou cessar-fogo em dezembro com o objetivo de começar as negociações de paz com o governo do presidente Álvaro Uribe, que prometeu esmagar grupos armados ilegais a não ser que eles declarem um cessar-fogo e iniciem conversações de paz.
Uribe indicou um grupo de autoridades para se encontrar com os comandantes da AUC e explorar a possibilidade de negociar a paz, que iria incluir a desmobilização de combatentes e garantir a anistia a chefes de milícia acusados de abuso de direitos humanos.
"O que está havendo agora entre o governo e algumas forças de autodefesa não é uma negociação com o objetivo de alcançar a paz e a reconciliação entre colombianos", disse Rodrigo em um esconderijo nas montanhas perto da cidade de Medellín.
"Essas são apenas medidas em direção à capitulação. Se os paramilitares desaparecerem da maioria do território nacional, o equilíbrio das forças vai balançar a favor dos rebeldes. Inevitavelmente, nós continuaremos a lutar contra os rebeldes", ele disse.
Rodrigo disse ainda que o Bloco Metro, que opera em Medellín e na província de Antióquia, vai depor as armas somente depois que os rebeldes fizerem isso.
Tanto os 17 mil membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) -a maior força rebelde da América Latina- quanto o menor Exército de Liberação Nacional (ELN), ignoraram o pedido de Uribe e anunciaram que eles irão continuar lutando contra as tropas governamentais e os paramilitares.
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