Reuters
15/01/2003 - 17h23

Gutiérrez volta ao palácio como presidente do Equador

da Reuters, em Quito

O coronel da reserva Lucio Gutiérrez, 45, conhece bem o caminho para o palácio presidencial do Equador, após ter atuado como assessor presidencial e ter liderado um golpe que o colocou no poder, ao lado de uma junta, há três anos.

Reuters - 15.jan.2002
Lucio Gutiérrez, presidente do Equador
Assim, ele poderá sentir-se em casa quando voltar ao palácio de estilo colonial hoje, desta vez como líder eleito do Equador.

Engenheiro civil que projetou a própria casa em um bairro elegante de Quito, Gutiérrez construiu seu caminho ao poder após ter ajudado a derrubar o presidente Jamil Mahuad em uma revolta popular em 2000.

Gutiérrez ficou preso por seis meses depois do golpe e então deixou o Exército para formar um partido político com a promessa de combater a corrupção e ajudar os pobres. Seu partido conseguiu apoio principalmente entre indígenas e esquerdistas.

Desde a vitória eleitoral em novembro, o presidente trocou seu uniforme verde-oliva por terno e gravata e cortejou os investidores com planos para negociar um empréstimo do Fundo Monetário Internacional e pagar a dívida externa.

Gutiérrez -que se irrita com comparações com outro militar que virou presidente, o venezuelano Hugo Chávez- tem agora uma lista de promessas para cumprir se quiser manter a confiança dos pobres. Entre elas assistência de saúde gratuita e melhor nível de educação.

"Se eu não melhorar, a qualquer ponto as pessoas podem dizer: Você não está melhorando as coisas, queremos que saia e queremos outra pessoa", disse ele a repórteres nesta semana.

Gutiérrez, criado na selva Amazônica, foi assessor militar do ex-presidente Abdala Bucaram, afastado pelo Congresso em 1997 por incapacidade mental.

Filho de um barqueiro, a pele escura e o estilo de vida tranquilo de Gutierrez facilitaram a empatia com os equatorianos comuns após séculos de governo de elites. Sua carreira militar também ajudou na popularidade entre pobres e agricultores, mas as classes empresariais estão preocupadas com a possibilidade de adotar um estilo autoritário.

Seus simpatizantes esperam que ele traga dias melhores ao país. A esposa do presidente, Ximena Bohorquez, é deputada.

"Ele quer mudar este país", disse Marcelo Zambonino, segurança de 35 anos que afirma estar cansado da corrupção. "É muito difícil, mas espero que ele traga mudança".

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