Reuters
16/01/2003 - 09h05

Inspetores fazem visita-surpresa a casa de cientista iraquiano

da Reuters, em Bagdá

Os funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) fizeram hoje uma visita-surpresa à casa de um cientista, em Bagdá, e iniciaram uma inspeção por ar e terra numa base militar usada por rebeldes iranianos no Iraque.

Na véspera do 12º aniversário do começo da Guerra do Golfo (1991), testemunhas disseram que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estiveram sem avisar na casa de Faleh Hassan, presidente da estatal Al Razzi, no bairro de Ghazaliyeh.

Não houve nenhum esclarecimento imediato sobre o que faz essa empresa.

Hassan não estava em casa, e os inspetores ficaram esperando por ele. Quando o cientista voltou, os funcionários da ONU entraram no seu apartamento, não se sabe se para revistá-lo ou se para entrevistar Hassan.



Ontem, o chefe de uma das equipes de inspetores anunciou o início das entrevistas com os cientistas, que podem revelar segredos importantes a respeito de possíveis armas de destruição em massa do país.

Dimitri Perricos informou que as entrevistas serão feitas preferencialmente fora do Iraque, mas que os inspetores não vão obrigar ninguém a deixar o país.

Enquanto os inspetores nucleares esperavam por Hassan, seus colegas que buscam armas químicas e biológicas se dirigiram para a base de Karkh, a 20 quilômetros de Bagdá, usada pelo grupo rebelde iraniano Mujahidin Khalq.

Foi a segunda instalação desse grupo inspecionada pela ONU nesta semana. O Mujahidin Khalq está no Iraque desde a década de 1980, com autorização do presidente Saddam Hussein.

Um representante do grupo elogiou a inspeção, dizendo que assim poderia provar que o grupo não oculta armas proibidas, como acusa o vizinho Irã.

Também houve inspeções em pelo menos quatro outros locais.

Provação
Ontem, os especialistas penetraram no principal palácio de Saddam Hussein em Bagdá, revirando os prédios do governo, mas mantendo-se afastados do gabinete do líder do país.

O governo disse que a visita, a segunda a um palácio presidencial desde novembro, foi uma provocação.

Também ontem, o chefe dos inspetores, Hans Blix, pediu aos iraquianos que forneçam mais provas de que não têm armas de destruição em massa. "Eles nos deram acesso imediato, têm sido muito cooperativos em termos de logística. Mas precisam fazer bem mais para nos fornecer evidências, se quiserem evitar qualquer fato pior a guerra contra os EUA", disse Blix.

No começo da próxima semana, Blix e o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed El Baradei, viajam para o Iraque pela primeira vez desde que a inspeção foi retomada, em 27 de novembro. Eles vão buscar detalhes para o relatório que devem apresentar à ONU em 27 de janeiro.

Durante a visita, eles devem informar às autoridades que o relatório de 12 mil páginas entregue por Bagdá recentemente contém omissões, especialmente no que diz respeito ao destino de armas químicas e biológicas.

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