Reuters
16/01/2003 - 15h21

Iraque chama inspetores de espiões, mas diz que vai cooperar

da Reuters, em Bagdá (Iraque)

O Iraque acusou hoje os inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) de agirem como espiões e de ajudarem os Estados Unidos a preparar uma guerra, mas prometeu continuar cooperando com as inspeções.

O vice-presidente Taha Yassin Ramadan disse em entrevista à agência de notícias oficial INA que os inspetores foram fazer um trabalho de espionagem, e que seu país está preparado para o pior.

"Você vê as equipes de inspeção realizando seu trabalho como se recolhessem inteligência, e o governo americano está elevando seu tom agressivo enquanto se prepara para atacar o Iraque", afirmou. "Não pedimos a guerra, mas estamos prontos para as piores eventualidades. Se Deus quiser, vamos derrotar as tramas dos que fazem o mal."

Não é a primeira vez que o Iraque acusa os inspetores de espionagem desde que eles retomaram seu trabalho, em novembro, após intervalo de quatro anos.

Hoje, o chefe dos inspetores nucleares, Mohamed El Baradei, disse em Moscou que esse tipo de acusação não é útil para nada. "Eles deveriam fazer queixas específicas, não vir com esse tipo de acusação, que envenena o ambiente."

Na Tunísia, o ministro iraquiano da Informação, Mohamed Saeed Al Sahaf, disse que Bagdá quer manter a cooperação com os inspetores para desmascarar o que chamou de "mentiras" dos Estados Unidos e do Reino Unido, que acusam o Iraque de possuir armas de destruição em massa.

"Vamos confirmar que o Iraque está livre de armas proibidas. Vamos continuar nossa política de aceitar a resolução 1441 da ONU que prevê as inspeções, apesar de a resolução ser ruim e contrária aos princípios da ONU", afirmou.

Em Bruxelas, o chefe dos inspetores de armas químicas e biológicas, Hans Blix, disse que a situação é "muito tensa e muito perigosa", e que a guerra é inevitável se não houver cooperação iraquiana.

Blix e El Baradei visitam o Iraque na próxima semana, para preparar o relatório que devem apresentar à ONU em 27 de janeiro.

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