Iraque chama inspetores de espiões, mas diz que vai cooperar
da Reuters, em Bagdá (Iraque)O Iraque acusou hoje os inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) de agirem como espiões e de ajudarem os Estados Unidos a preparar uma guerra, mas prometeu continuar cooperando com as inspeções.
O vice-presidente Taha Yassin Ramadan disse em entrevista à agência de notícias oficial INA que os inspetores foram fazer um trabalho de espionagem, e que seu país está preparado para o pior.
"Você vê as equipes de inspeção realizando seu trabalho como se recolhessem inteligência, e o governo americano está elevando seu tom agressivo enquanto se prepara para atacar o Iraque", afirmou. "Não pedimos a guerra, mas estamos prontos para as piores eventualidades. Se Deus quiser, vamos derrotar as tramas dos que fazem o mal."
Não é a primeira vez que o Iraque acusa os inspetores de espionagem desde que eles retomaram seu trabalho, em novembro, após intervalo de quatro anos.
Hoje, o chefe dos inspetores nucleares, Mohamed El Baradei, disse em Moscou que esse tipo de acusação não é útil para nada. "Eles deveriam fazer queixas específicas, não vir com esse tipo de acusação, que envenena o ambiente."
Na Tunísia, o ministro iraquiano da Informação, Mohamed Saeed Al Sahaf, disse que Bagdá quer manter a cooperação com os inspetores para desmascarar o que chamou de "mentiras" dos Estados Unidos e do Reino Unido, que acusam o Iraque de possuir armas de destruição em massa.
"Vamos confirmar que o Iraque está livre de armas proibidas. Vamos continuar nossa política de aceitar a resolução 1441 da ONU que prevê as inspeções, apesar de a resolução ser ruim e contrária aos princípios da ONU", afirmou.
Em Bruxelas, o chefe dos inspetores de armas químicas e biológicas, Hans Blix, disse que a situação é "muito tensa e muito perigosa", e que a guerra é inevitável se não houver cooperação iraquiana.
Blix e El Baradei visitam o Iraque na próxima semana, para preparar o relatório que devem apresentar à ONU em 27 de janeiro.
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