Professor texano confessa culpa em boato sobre a peste
da Reuters, em Lubbock (Texas)Um professor da Universidade Tecnológica do Texas confessou ter iniciado os rumores que levaram a uma gigantesca operação antiterrorista, ao quebrar acidentalmente 30 frascos que continham a bactéria que provoca a peste, segundo documentos judiciais obtidos ontem.
Thomas Butler, chefe da divisão de doenças infecciosas da universidade, compareceu a um tribunal federal para ouvir as acusações criminais contra ele. O professor foi preso na quarta-feira (15), sob suspeita de mentir a agentes federais. O juiz determinou que Butler fique preso, sem direito a fiança, pelo menos até a próxima audiência, na terça-feira (14).
Segundo o processo, Butler teria dito, no sábado (11), que os 30 frascos haviam desaparecido de um laboratório, quando na verdade ele próprio os tinha destruído. O FBI informou à Justiça que Butler confessou a mentira por escrito, dizendo ter cometido "um erro de julgamento ao não dizer que a bactéria da peste fora acidentalmente destruída".
Segundo a versão do FBI, o professor não imaginou que o caso provocaria tamanha mobilização das autoridades.
Se for levado a julgamento, Butler pode ser condenado a até cinco anos de prisão e a multa de US$ 250 mil.
O FBI disse na quarta-feira (15) que todos os frascos foram localizados e que o incidente não trouxe risco para o público, mesmo porque aquela cepa de bactérias não poderia ser usada em uma arma biológica. Não se sabe como Butler quebrou os frascos.
Butler, que pesquisa a peste há 25 anos, está de licença remunerada, segundo a universidade onde ele trabalha. Os cadeados do laboratório foram trancados e o pesquisador foi proibido de entrar no campus.
Os frascos eram mantidos em uma área reservada e usados em pesquisas com antibióticos.
A peste, causada pela bactéria de Yersin, normalmente é transmitida às pessoas a partir dos ratos, por meio de pulgas. A doença provocou enormes epidemias na Idade
Média, que dizimaram um terço da população européia da época.
