Governo argentino aprova lei para acabar com a fome
da Reuters, em Buenos AiresO governo argentino promulgou hoje uma lei que cria um programa para garantir alimentos às famílias mais pobres do país.
A lei, sancionada pelo Congresso em dezembro e publicada hoje no "Boletín Oficial", cria um "Programa de Nutrição e Alimentação Nacional" encarregado de garantir as necessidades alimentares das crianças até 14 anos, grávidas, deficientes e idosos pobres acima dos 70 anos.
A promulgação da lei coincide com o lançamento do plano "Fome Zero" pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30 de janeiro.
A Argentina, país que décadas atrás era conhecido como o "celeiro do mundo", vive agora uma grave crise alimentar. As imagens de crianças desnutridas no norte do país foram divulgadas em todo o mundo.
Segundo os últimos números oficiais, mais da metade da população vive na pobreza, ou seja, não satisfaz as necessidades básicas de alimentação e saúde. A crise foi impulsionada pela traumática desvalorização da moeda, que resultou na alta dos preços dos alimentos.
Na zona de maior densidade populacional do país, cerca de 24,7% das pessoas não têm dinheiro para consumir os nutrientes mínimos necessários.
A dramática situação social foi piorando ao longo dos quatro anos de recessão econômica.
O desemprego atinge 17,8% da força de trabalho.
A lei promulgada hoje prevê a implementação de um programa de educação alimentar para ensinar a importância de uma alimentação saudável.
A maioria das mortes por desnutrição ocorre em famílias sem acesso à educação.
O programa será financiado com verbas do Orçamento Nacional e reunirá todos os planos contra a fome existentes na Argentina.
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