Fidel convoca cubanos às urnas para mostrar apoio ao governo
da Reuters, em Havana (Cuba)O presidente Fidel Castro pediu hoje aos cubanos que compareçam às urnas amanhã para expressar apoio ao regime comunista, frente ao imperialismo norte-americano.
"É necessária uma vitória majoritária e enérgica para demonstrar ao inimigo nossa unidade e força", afirmou Fidel, durante um programa especial de TV sobre a eleição. Os comunistas, no governo há 44 anos, enfrentam há 40 anos um embargo econômico dos Estados Unidos, país que Fidel chamou de "o império mais poderoso do mundo na história".
Reuters - 19.jul.2001 |
Fidel Castro, presidente de Cuba |
Cerca de 98% dos 8 milhões de eleitores costumam comparecer às eleições, realizadas a cada cinco anos. Normalmente, os votos brancos e nulos são cerca de 5%.
Como em outras ocasiões, a pequena oposição no país pediu que a população se abstenha ou anule o voto. Os dissidentes dizem que o comparecimento costuma ser alto porque as pessoas temem que, se não forem votar, sejam consideradas "anti-revolucionárias" e sofram punições no trabalho e no bairro. O governo nega que isso ocorra.
"Isso não é uma eleição porque em uma eleição você pode escolher entre diversas opções", disse Vladimiro Roca, libertado no ano passado após cinco anos de prisão por motivos políticos. O governo afirma que a oposição interna é alimentada pelos Estados Unidos e pelos cubanos exilados na Flórida.
Fidel chamou o sistema cubano de "superdemocracia". Nele, os candidatos são escolhidos pela central sindical oficial e por organizações populares.
Em seu discurso, Castro, fardado como de costume, criticou o abuso do dinheiro e da publicidade em outros países, e atacou especialmente o sistema norte-americano, que em 2000 permitiu a eleição de George W. Bush "sem a maioria dos votos". Isso foi possível, segundo ele, porque os exilados cubanos usaram "força, mentiras e dinheiro" para desequilibrar a votação na Flórida, o que acabou conduzindo Bush à Casa Branca.
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