Reuters
18/01/2003 - 09h30

Fidel convoca cubanos às urnas para mostrar apoio ao governo

da Reuters, em Havana (Cuba)

O presidente Fidel Castro pediu hoje aos cubanos que compareçam às urnas amanhã para expressar apoio ao regime comunista, frente ao imperialismo norte-americano.

"É necessária uma vitória majoritária e enérgica para demonstrar ao inimigo nossa unidade e força", afirmou Fidel, durante um programa especial de TV sobre a eleição. Os comunistas, no governo há 44 anos, enfrentam há 40 anos um embargo econômico dos Estados Unidos, país que Fidel chamou de "o império mais poderoso do mundo na história".

Reuters - 19.jul.2001
Fidel Castro, presidente de Cuba
Fidel pediu aos eleitores que votem em todos os candidatos ao Parlamento e às assembléias provinciais. Como só há um partido, o Comunista, e um número de candidatos igual ao de vagas, na prática não há disputa. Apesar disso, os eleitores podem votar só em alguns candidatos, ou mesmo em nenhum.

Cerca de 98% dos 8 milhões de eleitores costumam comparecer às eleições, realizadas a cada cinco anos. Normalmente, os votos brancos e nulos são cerca de 5%.

Como em outras ocasiões, a pequena oposição no país pediu que a população se abstenha ou anule o voto. Os dissidentes dizem que o comparecimento costuma ser alto porque as pessoas temem que, se não forem votar, sejam consideradas "anti-revolucionárias" e sofram punições no trabalho e no bairro. O governo nega que isso ocorra.

"Isso não é uma eleição porque em uma eleição você pode escolher entre diversas opções", disse Vladimiro Roca, libertado no ano passado após cinco anos de prisão por motivos políticos. O governo afirma que a oposição interna é alimentada pelos Estados Unidos e pelos cubanos exilados na Flórida.

Fidel chamou o sistema cubano de "superdemocracia". Nele, os candidatos são escolhidos pela central sindical oficial e por organizações populares.

Em seu discurso, Castro, fardado como de costume, criticou o abuso do dinheiro e da publicidade em outros países, e atacou especialmente o sistema norte-americano, que em 2000 permitiu a eleição de George W. Bush "sem a maioria dos votos". Isso foi possível, segundo ele, porque os exilados cubanos usaram "força, mentiras e dinheiro" para desequilibrar a votação na Flórida, o que acabou conduzindo Bush à Casa Branca.

Leia mais notícias de Mundo
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca