Reuters
18/01/2003 - 10h36

Exército de Israel mata palestino que atacou assentamento judaico

da Reuters, em Hebron (Cisjordânia)

Tropas israelenses mataram hoje um palestino que havia invadido um assentamento judaico em Hebron. Em Tulkarem, também na Cisjordânia, dois jovens foram feridos após lançar bombas caseiras contra os militares.

O incidente em Hebron começou na noite de ontem, quando os judeus celebram o começo do shabat (dia judaico do descanso). Pelo menos dois palestinos dispararam contra a casa de uma família com cinco filhos, próxima ao assentamento de Givat Harsina. O pai das crianças foi morto e três pessoas ficaram feridas.

Um colono que estava na casa reagiu e matou um dos atiradores. O outro fugiu e começou a ser perseguido pelos militares. "No começo da manhã nossas forças localizaram o terrorista perto de Givat Harsina e o mataram. Ele usava roupa de combate com munição para rifles", disse um porta-voz do Exército.

Autoridades palestinas de Hebron receberam o corpo, mas ainda não o identificaram. A organização extremista islâmica Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque de Hebron, uma cidade dividida, cenário de frequentes incidentes no conflito que, desde setembro de 2000, já matou pelo menos 2.400 palestinos e israelenses.

Na quarta-feira (15), Israel fechou a Universidade de Hebron -também conhecida como Universidade Islâmica- e o Instituto Politécnico da cidade, por considerar esses locais como "criadouros de atentados terroristas".

Hoje, os alunos romperam os cadeados e invadiram a Universidade de Hebron, gritando que "a educação é um direito humano".

A situação também fica mais tensa por causa da proximidade das eleições em Israel, marcadas para 28 de janeiro. O primeiro-ministro Ariel Sharon, do partido direitista Likud, é o favorito, apesar de um escândalo financeiro envolvendo uma campanha anterior dele.

Analistas dizem que o eleitorado vai escolher Sharon porque vê nele mais pulso firme contra a insegurança, especialmente num momento de instabilidade por causa de uma possível guerra no Iraque.

O principal adversário de Sharon, o trabalhista Amram Mitzna, é favorável à retomada imediata do processo de paz com os palestinos e ao desmantelamento dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e na faixa de Gaza. "É impossível sair dessa situação só com o uso da força", disse hoje Mitzna a uma rádio.

Para tentar impedir atentados, Israel mantém presença militar em praticamente todas as cidades palestinas. Na semana passada, cerca de 30 militantes foram presos por dia. Também há toque de recolher, o que provoca incidentes como o de um homem que foi hospitalizado após ser agredido pelos militares quando tentava escapar a pé de Qalqilya, de acordo com testemunhas. O Exército disse que está investigando o caso.

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