Reuters
23/01/2003 - 09h09

Vice-premiê iraquiano nega que Saddam aceitaria exílio

da Reuters, em Washington

Uma alta autoridade iraquiana descartou ontem a possibilidade de Saddam Hussein deixar seu país para evitar uma guerra liderada pelos Estados Unidos, em meio a informações de que alguns países árabes estariam trabalhando para preparar o exílio do presidente iraquiano.

"Saddam Hussein é o líder do Iraque. Ele nasceu no Iraque e ama o Iraque e ele vai continuar liderando o Iraque até o último minuto de sua vida", disse o vice-premiê iraquiano Tareq Aziz em uma entrevista para a ABC News.

Reuters - 11.out.2002
Tareq Aziz, vice-primeiro-ministro do Iraque
"Nós não podemos aceitar nenhuma interferência em nossos assuntos internos. Se isso acontecer, a América poderá fazer o mesmo em qualquer lugar do mundo", disse Aziz.

Aziz contou que não considerou se exilar nem exilar sua família, embora tenha confessado estar preocupado com a possibilidade de um ataque. "Mas isso não significa que nós vamos partir e nos entregar aos americanos. Apenas para ter segurança, nós não vamos fazer isso."

Notícias da mídia indicam que os países árabes poderiam estar planejando nos bastidores o exílio de Saddam ou apoiando um golpe de última hora, enquanto os Estados Unidos aumentam a presença militar no golfo Pérsico.

Contudo, a Arábia Saudita e o Egito negaram as notícias e disseram que o tópico do exílio não estaria na agenda dos seis países do Oriente Médio que se encontram na Turquia nesta quinta-feira para discutir maneiras de evitar uma guerra ao Iraque.

Autoridades americanas têm apoiado o exílio para Saddam e a anistia para líderes iraquianos a fim de encorajar uma nova liderança no país ou um golpe para evitar uma guerra.

Washington ameaçou atacar o Iraque e derrubar Saddam se o presidente iraquiano não cumprir os termos de desarmamento de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovada em novembro passado. Bagdá disse que não possui armas de destruição em massa e que está cooperando inteiramente com os inspetores da ONU.

Aziz declarou à ABC que o Iraque estava bem-preparado e equipado para a guerra e prometeu que os iraquianos iriam lutar para defender seu país.

Ele também rejeitou a teoria de que os iraquianos poderiam receber bem os "libertadores" americanos, sugerindo que os assessores que defendiam isso ao presidente Bush estavam errados.

"Acho que eles o estão enganando, e eles estão enganando a opinião pública americana", disse Aziz. "Os soldados americanos não serão recebidos com flores, eles serão recebidos com balas."

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