Reuters
26/01/2003 - 20h59

Pacifistas acusam EUA de manipularem opinião pública

da Reuters, em Porto Alegre

Ativistas norte-americanos presentes no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, afirmaram neste domingo que a ignorância da opinião pública é o maior obstáculo às campanhas, nos Estados Unidos, contra um ataque ao Iraque.

"Nos Estados Unidos, há uma tradição dos governos criarem grandes mentiras. Atualmente, muitas pessoas devem acreditar que foi o Iraque que atacou os Estados Unidos," disse Kevin Danaher, integrante da Global Exchange, organização de defesa dos direitos humanos, com sede em São Francisco, Califórnia.

"A base do imperialismo é a apatia e a ignorância existentes na mente dos norte-americanos," argumentou Danaher.

Para os ativistas norte-americanos, a população está sendo induzida a acreditar que o conflito no Iraque será uma "guerra limpa," com poucas vítimas.

"Os funcionários do governo mentem e dizem que as bombas inteligentes mataram apenas alguns civis no Afeganistão," disse Medea Benjamin, que também integra o Global Exchange e organizou uma visita de parentes de vítimas do atentado de 11 de setembro ao Afeganistão, no ano passado.

Os pacifistas norte-americanos vieram ao Fórum Social para demonstrar que há oposição à guerra contra o Iraque nos Estados Unidos e buscar adesões para as mobilizações.

Eles apontaram as manifestações de 19 de janeiro, realizadas em Washington e São Francisco, como sinal de crescimento do movimento que, além de sindicalistas e militantes de esquerda, estaria reunindo integrantes de igrejas, grupos de jovens, idosos, veteranos de guerra, imigrantes, asiáticos, afro-americanos e latinos.

Benjamim organiza grupos de mulheres e participa de protestos diários em frente à Casa Branca.

"Somos uma espécie de Mães da Praça de Maio", disse, referindo-se às mães de desaparecidos políticos argentinos que fazem manifestações semanalmente em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires.

Em 28 e 29 de janeiro, os ativistas devem realizar protestos em Washington e Nova York, na sede das Nações Unidas.

Leia mais no especial Iraque

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