No Brasil, Danny Glover acusa Hollywood de promover globalização
da Reuters, em Porto AlegreO ator Danny Glover, militante de direitos humanos mais conhecido como parceiro de Mel Gibson nos quatro filmes da série "Máquina Mortífera," acusou neste domingo as grandes empresas da indústria cinematográfica americana de integrarem o sistema de globalização. Ele participa do 3º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
"Não há dúvida de que parte de Hollywood está no processo", afirmou Glover. "Esse é um processo histórico de quinhentos anos de América com a negação da participação de índios e negros. Mesmo integrando a indústria é preciso manter a esperança de um dia conseguir abrir uma brecha para se contar outras histórias de outro ponto de vista."
Na segunda-feira, Glover vai prestar um testemunho, no Fórum Social Mundial, de sua luta em movimentos de direitos humanos, principalmente na África.
"Com discussões como as promovidas no fórum sabemos que temos uma tarefa a fazer. Não temos o direito de nos imobilizar."
Bem-humorado, o ator se mostrou reticente sobre a aceitação do cinema brasileiro no mercado norte-americano. Primeiro criticou as expectativas geradas em torno das indicações de produções nacionais à disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Depois, questionou se as produções brasileiras não seriam assimiladas por Hollywood como concessão.
"Cidade de Deus é um filme excepcional e merece concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Mas Pixote, de Hector Babenco também era muito bom", disse Glover.
"A questão é que, se está se procurando um paradigma mais justo para o cinema brasileiro, talvez se esteja procurando no lugar errado."
Danny Glover economizou palavras ao comentar a possibilidade de uma guerra dos Estados Unidos contra o Iraque.
"Existem fortes possibilidades, mas a reação é intensa até dentro dos Estados Unidos", disse. "Confio muito na fé humana que reza para que o conflito não se concretize."
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