Reuters
27/01/2003 - 18h28

EUA vêem na robótica saída para missões militares perigosas

da Reuters, em Westminster (EUA)

O veículo de combate blindado Stryker move-se com rapidez, contornando árvores e outros obstáculos em território inimigo --mas não há ninguém em seu comando.

Trata-se de um veículo robotizado autônomo construído pela General Dynamics, que chega ao destino pré-selecionado usando um conjunto de sensores sofisticados, câmeras infravermelhas e imagens coletadas por satélites, tudo isso atualizado por um planejador de missões de alta potência, dez vezes por segundo.

O veículo pode detectar alvos inimigos em uma área de entre dois e três quilômetros --e assim que recebe autorização do comandante, localizado à distância, é capaz de lançar um poderoso míssil antitanque Javelin.

"Isso tudo está dando às forças armadas a capacidade de substituir os seres humanos nas missões consideradas sujas, perigosas e tediosas", disse Scott Myers, vice-presidente da Eagle Enterprise, a divisão da General Dynamics que desenvolve o Stryker, além de aplicativos comerciais como uma farmácia automatizada e equipamento de separação de correspondência.

"A missão de reconhecimento é um bom exemplo. É provavelmente uma das mais perigosas que existe", disse ele, lembrando que a perda de um veículo de patrulha robotizado seria mais fácil de justificar que a morte de um soldado.

Novos veículos de combate como o Stryker são parte da tentativa das forças armadas dos Estados Unidos de se transformarem em uma organização mais veloz e mais móvel, para enfrentar as novas ameaças que existem no mundo.

Os Strykers robotizados podem transportar dois soldados cada, os quais terão a capacidade de controlar até dez outros veículos aéreos e terrestres não-tripulados a partir de seus centros de comando dotados de três telas, na traseira de cada veículo.

O Exército dos Estados Unidos planeja colocar veículos robotizados autônomos como o Stryker em operação já em 2008.

Myers disse que basta uma semana para treinar soldados no uso dos Strykers robotizados e de seus centros de comando, já que os controles se assemelham aos de videogames, aos quais a maior parte dos soldados jovens estão acostumados a jogar.

Veículos não-tripulados como o avião de espionagem Predator, construído pela General Atomics Aeronautical Systems, e o Global Hawk RQ-4, um aparelho de observação em altitude elevada produzido pela Northrop Grumman, já desempenharam um papel na guerra do Afeganistão.

Mas Myers não acha que o Stryker será usado no Iraque, se houver guerra este ano, pelo menos até que novos testes de campo sejam concluídos. Ele afirma que a robótica desenvolvida para o Stryker é apenas a ponta do iceberg.

No futuro, afirma, os militares dos EUA poderão usar veículos robóticos para logística, como transporte de munição e mantimentos para tropas nas linhas de frente. Tais veículos poderão ser usados também para purificar água para os soldados beberem em situações de combate, o que exigiria menos transporte de suprimentos.

A companhia de Myers também está desenvolvendo equipamento especializado para soldados, incluindo trajes que medem os batimentos cardíacos, geram calor e ajudam a traçar sua exata localização no terreno.

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