Reuters
27/01/2003 - 19h48

Ministra tem pressa para regularizar assentamentos urbanos

da Reuters, em Porto Alegre

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu hoje a urgência para os projetos de regularização de assentamentos urbanos e de combate à biopirataria.

"Queremos ter uma política articulada com todos os setores do governo", disse a ministra no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. "Um dos focos é a política ambiental, mas em vez de ficar com a ladainha do que não pode ser feito, vamos criar uma forma correta de fazer tanto em relação aos grandes assentamentos quanto aos biossistemas, como é o caso da Amazônia, do cerrado e da mata atlântica."

"Aí, faremos o enfrentamento à contravenção, quer nas questões de desmatamento quer na exploração madeireira ou mineral."

Experiência

Antes da entrevista coletiva, Marina Silva deu seu testemunho no fórum. Por uma hora, ela sobre a vida pobre no seringal, de quando aos 14 anos teve de substituir a mãe nos cuidados dos irmãos, da hepatite tratada como malária pelos médicos da região.

Marina Silva contou como convenceu o pai a deixá-la estudar na cidade, como venceu o preconceito de entrar na escola tão tarde sem saber o alfabeto, como fez um acordo com a diretora do ginásio que não queria aceitá-la porque vinha de uma escola em que o ensino primário era deficiente.

"Tentei o vestibular por muitos anos, mas só no final da década de 80, quando já estava casada com o pai de meus dois filhos, consegui entrar na universidade," contou.

A política veio muito mais tarde. "Meu pai tem mais tempo de PT do que eu", afirmou. "Muitos excluídos neste país só estão esperando uma chance para se tornar cidadãos. Sempre tentaram me tratar como exceção, mas não sou. Depois da Educação veio a consciência de cidadania que está ao alcance de todos, desde que tenham uma chance", disse.
 

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