Reuters
30/01/2003 - 11h16

Livros militares fazem sucesso com aproximação da guerra

da Reuters, em Nova York

Com os Estados Unidos se concentrando em um futuro ataque ao Iraque, os livros de ficção sobre guerra estão desaparecendo das prateleiras das livrarias norte-americanas.

David Hagberg, ex-agente da Força Aérea dos Estados Unidos, escreveu um romance em 1995, "High Flight", que descreve um cenário onde terroristas sequestram e provocam a queda de 12 aviões comerciais norte-americanos. Ele prevê que a invasão vai começar em março -depois da próxima lua cheia.

O roteirista de cinema Chuck Pfarrer ("Darkman"), cujas memórias sobre sua carreira como membro da Marinha norte-americana serão publicadas em breve, disse sobre Saddam Hussein: "Quando você quer combatê-lo? Ele fez coisas horríveis. Em algum ponto, ele vai fazer alguma coisa tão horrível que a opinião pública estará unida contra ele."

Os dois escritores estão entre os muitos cuja experiência nas Forças Armadas os transformaram em especialistas sobre a intervenção militar dos Estados Unidos no exterior.

Outro deles é Dale Brown, um escritor de best-sellers e ex-piloto de B-52. Brown escreveu o suspense "Air Battle Force", sobre aeronaves de guerra operadas por controle remoto e outros equipamentos bélicos de alta tecnologia.

Larry Bond, veterano da Marinha e co-autor de "Caçada ao Outubro Vermelho" com Tom Clancy, também tornou-se escritor de seus próprios best-sellers.

Clancy é um nome à parte, com dezenas de milhões de cópias de seus livros militares vendidos e transformados em filmes e videogames.

Uma guerra significaria uma crise para o mercado editorial, que poderia ser deixado de lado por leitores mais preocupados com o noticiário na TV. Mas para os escritores de livros de guerra, poderia ser um alento.

O editor da Tor Books, Bob Gleason, disse: "Eles colocam o leitor na cabine de um caça F-22. Eles colocam o leitor dentro de um submarino nuclear Typhoon cheio de armas nucleares."

Desde que a atual crise no Oriente Médio começou, a Casa Branca, a mídia conservadora e os leitores curiosos por entender o combate real geraram mais interesse por esse tipo de literatura.

"Estamos em uma época em que os EUA estão correndo um risco físico como nunca", disse Gleason. "As pessoas estão em busca de respostas. Esses escritores são nossos oráculo de Delfo e nos dizem como será nosso futuro."
 

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