Reuters
01/02/2003 - 18h18

Vera Fischer, maiôs e festas anos 60 e 80 alegram 5º dia de SPFW

da Reuters, em São Paulo

O São Paulo Fashion Week recebeu ontem, seu penúltimo dia, a visita de beldades como Vera Fischer, Luma de Oliveira e Angélica, que provocaram um furor de fotógrafos e fãs, e do governador do Estado, Geraldo Alckmin, acompanhando o desfile da Cavalera com seu três filhos.

Nas passarelas, o que se viu foi uma celebração divertida dos melhores momentos dos anos 1960 e 1980.

Numa sala de estar estilo "sixties", Audrey Hepburn, a Pantera Cor de Rosa e a Cicciolina foram convidadas de honra de uma festa superanimada que a Cavalera preparou para apresentar sua coleção de inverno.

As peças de streetwear da marca, como os bermudões, as calças cargo (que em alguns momentos ganharam bolsos frontais) e os moletons, se misturaram a vestidinhos à la Jackie Onassis ou que lembravam as debutantes daquela década.

Pulando duas décadas no tempo, André Lima mostrou para as mulheres de 30 anos que elas não precisam ir caçar relíquias no guarda-roupa da mamãe quando suas próprias peças dos anos 1980 bastam para criar um visual fashion.

O revival de Lima teve direito a cabelos desfiados, laços de tule, maquiagem coloridíssima e sapatos simultaneamente dourados, de oncinhas e bandeiras norte-americanas.

``Não sei se as pessoas vão usar, só quero que elas voltem a se divertir com a moda,'' disse o estilista após o desfile.

Calças folgadas de malha, aquelas super confortáveis que só serviam para ficar em casa na frente da TV, voltaram em dupla com sutiã de biquíni e camisão com estampa de arara.

A lingerie em renda apareceu por baixo de camisas e camisetas com golas enormes para deixar o ombro à mostra, conforme a cartilha das mais descoladas fãs do grupo Culture Club, de Boy George, um dos ícones dos anos 1980.

Inverno nos trópicos

A Rosa Chá participou pela primeira vez da edição de inverno do SPFW reforçando a idéia de que o frio por estas terras anda cada vez menos rigoroso e pronto para atrair muita gente para a costa brasileira.

Amir Slama apresentou a coleção abrindo as portas de seu próprio passado de estilista e reinterpretando um maiô "destroyer" com zíper, criado por ele há dez anos. O modelo apareceu em neoprene verde listrado, com recortes e tiras.

Os zíperes vieram grandes em biquinis, maiôs, sungas, saias, macacões, parcas e em um conjunto de shorts e top que faria sucesso em qualquer academia de ginástica.

Uma praia com muito verde serviu de fundo para maiôs femininos com mangas três quartos, sungas, macacões de nylon funcionando como saídas de piscina e casaquinhos.

O entardecer da Rosa Chá surgiu com um minivestido branco de gola alta, mangas compridas e capuz, lembrando uma jaqueta tipo training.

Na platéia, celebridades como Angélica, Adriane Galisteu e Paulo Ricardo acompanharam o desfile na primeira fila.

Já para um frio de verdade, o estilista mineiro Rodrigo Fraga foi buscar no filme "A Sociedade dos Poetas Mortos" e nos versos de Walt Whitman a base para sua coleção masculina de inverno.

"O homem que eu visualizei é bem-humorado, intelectual, jovem e casual", explicou Fraga no camarim.

O desfile começou com muito preto e foi se soltando com tons de verde, vermelho, azul, branco e marrom.

Os moletons com jeitão de alfaiataria permearam o desfile "college" e inspirado nos anos 1980. Bermudas e calças retas de moletom vieram com detalhes e bolsos em nylon. Macacões de moletom ganharam risca-de-giz, enquanto algumas camisas de puro algodão receberam texturas, lembrando blusões. Além do rosto do poeta Whitman, trechos de suas poesias estamparam camisas e camisetas.

Homem na frente do espelho

O homem da Forum já saiu da escola, não é mauricinho, mas certamente perde algumas horas em frente ao espelho para garantir um visual mais do que casual-estudado.

Ele é o tipo de pessoa que pára em frente ao guarda-roupa e cuidadosamente sobrepõe camisetas sob camisas -usadas abertas e presas por dentro da calça-, que vêm ainda por baixo de parcas ou jaquetas.

Seu andar é jingado, meio "bad boy", e ele não deixa de lado seu coturno de cano baixo nem mesmo quando a balada é mais formal e requer uma calça social de lã xadrez ou de risca-de-giz.

Paletós foram mesclados com calças cargo, calças de veludo apareceram com regatas leves ou t-shirts militares e o jeans índigo veio com tricôs e pelerines de couro.

A Forum abusou de moletom, sarja, couro e camurça em todas as peças, cujas cores variaram do cru ao café, verde, marrom e preto.

O gorro -que surgiu em índigo, tricô e veludo- e o cachecol foram acessórios quase obrigatórios aos looks.

A passarela do hotel Unique virou quadra esportiva para Fause Haten, repetindo o cenário feito para sua coleção feminina apresentada na quinta-feira (30).

Ao som pesado da banda Queens of the Stone Age, os modelos apareceram com calças largas de cintura baixa em veludo, jeans e sarja, quase sempre deixando a cueca -também assinada pelo estilista- à mostra.

Para completar, camisas amarradas na cintura, reforçando a linha "esporte-chique" que vem marcando o trabalho do estilista.

Sofisticação contemporânea

A mulher contemporânea pode ser chique à noite sem se valer de vestidos longos tradicionais, segundo o estilista Marcelo Quadros, que se valeu até de bermudas utilitárias para compor um visual sofisticado.

Elas vieram em tecidos nobres como tafetá, acompanhadas de blusinhas de alça em musseline e sandálias de verniz amarradas no meio do pé, com salto agulha.

Um conjunto pistache de calça reta e jaqueta ajustada no corpo, com top de musseline por baixo, era formal o suficiente para ocasiões especiais, sem ser austero.

Os tons cítricos apareceram ainda alegrando um vaporoso vestido de musseline preto, com barra em verde-limão, e faixas em cereja e verde no colo, todo franzido.
 

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