Reuters
06/02/2003 - 20h21

Ataque a oleoduto colombiano mostra que rebeldes continuam ativos

da Reuters, em Bogotá

O ataque contra o segundo maior oleoduto da Colômbia realizado ontem por supostos guerrilheiros de esquerda está sendo visto como uma demonstração de que os rebeldes seguirão em atividade, apesar da presença de soldados norte-americanos na região.

Explosivos foram detonados perto da cidade onde Forças Especiais dos Estados Unidos iniciaram um treinamento antiguerrilha, disseram hoje autoridades do Exército colombiano e a petrolífera Ecopetrol.

A explosão interrompeu imediatamente o fluxo na linha Cano Limon, que serve um campo de petróleo operado pela U.S. Occidental Petroleum Corp.

A bomba rompeu o oleoduto nos arredores da cidade de Arauquita, a cerca de 50 quilômetros do local onde operam as forças dos Estados Unidos.

A região fica no nordeste da Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela. Foi o quarto ataque contra o Cano Limon neste ano.

Cerca de 70 membros das Forças Especiais dos EUA estão em duas bases militares no Departamento (Estado) de Aruaca para treinar uma brigada colombiana na defesa do oleoduto, que transporta 110 mil barris de petróleo por dia. As tropas dos EUA não podem acompanhar as forças colombianas em combate.

Reparos

A estatal Ecopetrol disse que as equipes de reparos já chegaram à região e esperam substituir as partes danificadas até esta noite. O ataque não deverá afetar os carregamentos de petróleo.

"Eles já estavam entrando na zona nesta manhã...provavelmente nesta noite estará pronto [o reparo]", disse um porta-voz da Ecopetrol.

O oleoduto de 780 quilômetros foi bombardeado mais de 40 vezes em 2002 e 170 vezes em 2001, número considerado recorde.

A Colômbia é o quarto maior produtor de petróleo da América Latina e os rebeldes, que afirmam lutar por reformas socialistas, atacam o Cano Limon para extorquir dinheiro e danificar a infra-estrutura estatal.

A chegada dos soldados norte-americanos, em janeiro, marcou o aprofundamento do envolvimento de Washington no conflito da Colômbia. Antes, os EUA limitavam sua ajuda militar à guerra contra o tráfico de drogas.

As tropas do EUA esperam treinar 450 soldados colombianos neste ano.

As operações têm orçamento de US$ 6 milhões, mas espera-se que o Congresso dos EUA aprove pelo menos US$ 88 milhões.

Parte do dinheiro pode ser usado para a compra de helicópteros, disse uma autoridade norte-americana.

Além deste valor, os EUA pretendem investir US$ 2,2 bilhões no Plano Colômbia, como é chamada a ofensiva contra as drogas, até outubro.

Os Estados Unidos são o maior consumidor de cocaína do mundo e o tráfico da droga ajuda a financiar o conflito interno colombiano, que já dura quatro décadas e deixa milhares de mortos a cada ano.

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