Tony Blair teria plagiado tese em seu dossiê sobre Iraque
da Reuters, em LondresO premiê britânico, Tony Blair, foi acusado hoje de ter usado trechos de uma tese de um estudante norte-americano em seu "dossiê de inteligência" sobre o Iraque.
O dossiê, publicado nesta semana num site do governo, diz que o Iraque havia montado uma grande campanha para enganar e intimidar os inspetores de armas da ONU.
O documento _o último de uma série sobre a suposta ameaça do presidente iraquiano Saddam Hussein e em favor de uma ação militar contra Bagdá _foi citado até pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em sua apresentação no Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira.
Ele estaria baseado em "várias fontes, incluindo material de inteligência". Mas, ontem, funcionários do governo admitiram que trechos inteiros foram tirados _palavra por palavra, incluindo erros gramaticais_ de uma tese acadêmica.
Políticos e acadêmicos acusaram Blair de enganar o público e disseram que o caso levantava dúvidas sobre a credibilidade de toda a argumentação contra o Iraque.
Um porta-voz de Blair afirmou ontem que o documento era fundamentalmente preciso e disse que ninguém podia contestar seu argumento central, de que o Iraque estaria tentando enganar os inspetores da ONU.
"Em retrospecto, nós deveríamos, para evitar qualquer confusão, ter anunciado quais partes vieram de fontes públicas e quais vieram de outras fontes", disse.
O Reino Unido também havia sido criticado por seu dossiê anterior sobre o Iraque _um texto publicado em dezembro sobre violações aos direitos humanos.
O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional acusou o governo britânico de levantar casos de abusos que haviam sido ignorados pelo Reino Unido nos anos 80, quando o Iraque lutava uma guerra contra o Irã, que durou oito anos.
Especial