Reuters
07/02/2003 - 20h48

Tony Blair teria plagiado tese em seu dossiê sobre Iraque

da Reuters, em Londres

O premiê britânico, Tony Blair, foi acusado hoje de ter usado trechos de uma tese de um estudante norte-americano em seu "dossiê de inteligência" sobre o Iraque.

O dossiê, publicado nesta semana num site do governo, diz que o Iraque havia montado uma grande campanha para enganar e intimidar os inspetores de armas da ONU.

O documento _o último de uma série sobre a suposta ameaça do presidente iraquiano Saddam Hussein e em favor de uma ação militar contra Bagdá _foi citado até pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em sua apresentação no Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira.

Ele estaria baseado em "várias fontes, incluindo material de inteligência". Mas, ontem, funcionários do governo admitiram que trechos inteiros foram tirados _palavra por palavra, incluindo erros gramaticais_ de uma tese acadêmica.

Políticos e acadêmicos acusaram Blair de enganar o público e disseram que o caso levantava dúvidas sobre a credibilidade de toda a argumentação contra o Iraque.

Um porta-voz de Blair afirmou ontem que o documento era fundamentalmente preciso e disse que ninguém podia contestar seu argumento central, de que o Iraque estaria tentando enganar os inspetores da ONU.

"Em retrospecto, nós deveríamos, para evitar qualquer confusão, ter anunciado quais partes vieram de fontes públicas e quais vieram de outras fontes", disse.

O Reino Unido também havia sido criticado por seu dossiê anterior sobre o Iraque _um texto publicado em dezembro sobre violações aos direitos humanos.

O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional acusou o governo britânico de levantar casos de abusos que haviam sido ignorados pelo Reino Unido nos anos 80, quando o Iraque lutava uma guerra contra o Irã, que durou oito anos.

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