Reuters
12/02/2003 - 19h17

Free Jazz muda de nome e volta com novo patrocinador

da Reuters, em São Paulo

Depois de ter sido cancelado no final do ano passado pela patrocinadora Souza Cruz, fabricante do cigarro Free, o Free Jazz Festival, um dos mais prestigiados festivais de música do país, volta agora em nova versão.

O festival ganhou outro nome - Tim Festival - e o patrocínio passou a ser da empresa Tim, de telefonia móvel.

O festival deve acontecer no final de outubro, no Rio de Janeiro e, no próximo ano, em São Paulo em um novo auditório que será construído no parque Ibirapuera.

Com um investimento de R$ 25 milhões, a empresa Tim pretende colocar seu nome em quatro projetos musicais.

Além de reacender o Free Jazz e bancar a construção do auditório, a empresa comandará o antigo Prêmio Sharp de música, que passará a se chamar Prêmio Tim de Música Brasileira, e promoverá uma programação que levará música para escolas da rede pública.

Para o Tim Festival deste ano, que acontecerá no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, duas atrações já estão fechadas. No total serão 20 nomes entre artistas nacionais e internacionais, que deverão ser confirmados até junho.

Entre os astros já escalados estão a cantora Patti Austin - que virá acompanhada pela Count Basie Orchestra para fazer um tributo a Ella Fitzgerald - e o DJ japonês Cornelius.

"Vi esse show-tributo a Ella Fitzgerald no ano passado em New Orleans e adorei", disse Zuza Homem de Mello, crítico musical e um dos curadores do evento há quase 20 anos.

"Estávamos tranquilos que isso (a volta do festival) iria acontecer, cedo ou tarde. Era questão só de uma empresa ter condições de arcar (com os custos)", comentou.
Palestras e cinema

Segundo Zuza Homem de Mello, como o festival vai acontecer apenas em uma cidade de cada vez - pelo menos nas primeiras edições - será possível retomar os workshops e palestras com os músicos, além de organizar sessões de cinema com filmes sobre jazz.

"Eles (os artistas) vão ter mais tempo de ficar na cidade e não vão precisar sair correndo no dia seguinte, como acontecia antes", afirmou o curador.

Os três palcos que faziam parte da programação do Free Jazz também vão continuar: um principal (Tim Stage), outro especial para atrações só de jazz (Tim Club) e um dedicado às novas tendências (Tim Lab).

"A idéia é dar ao público a possibilidade de ver nomes individualmente não tão conhecidos, mas coletivamente importantes", disse o crítico ao ser questionado sobre a possibilidade da vinda de grandes bandas internacionais.

"Um festival não é um giro em torno de um só nome. A meta principal é possibilitar (a vinda de) artistas que teriam poucas chances de fazer um show no Brasil e trazer nomes que possam se tornar grandes depois", continuou.

Nenhum artista nacional foi confirmado ainda. "Mas como os outros anos, serão nomes consagrados da música brasileira ao lado de novidades.", adiantou.

Auditório no Ibirapuera

Já no próximo dia 24 começa a construção do Auditório de Música do parque do Ibirapuera, projeto criado por Niemeyer em 1954 e não concluído na época. A inauguração está prevista para 25 de janeiro de 2004, no aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo.

O prédio, com capacidade para 800 pessoas, ficará em frente ao pavilhão conhecido como Oca e estará interligado a ele e à marquise do parque por uma passagem coberta. Segundo Mario Cohen, consultor da área de imagem corporativa da Tim, metade dos R$ 25 milhões será investida nesta construção.

Já o Prêmio Tim de Música Brasileira acontecerá nos últimos dias de junho, com 35 segmentos premiados por um júri de 21 profissionais.

A Tim pretende promover aulas de iniciação musical em cinco Estados brasileiros: São Paulo, Pernambuco, Bahia, Santa Catarina e Acre.
 

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