Uribe intensifica campanha diplomática contra as Farc
da Reuters, em BogotáO presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, intensificou hoje sua campanha diplomática contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, maior guerrilha do país) ao solicitar apoio a Brasil, Equador, Peru e Venezuela para declarar o grupo uma organização "terrorista".
Reuters - 27.mai.2002 |
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia |
A solicitação do presidente colombiano aos governos dos países fronteiriços foi revelada um dia após ele ter obtido o que descreveu como um sucesso internacional, ao conseguir que seis países centro-americanos e a Argentina declarassem as Farc uma organização "terrorista".
"Quero pedir-lhe que designe formalmente as Farc como uma organização terrorista, e que nos proporcione seu apoio para que ocorra o mesmo nos diferentes foros regionais e internacionais", disse Uribe em carta enviada de maneira individual aos presidentes dos países fronteiriços à Colômbia.
Carro-bomba
O ataque de sexta-feira, o mais grave deste tipo em uma década na capital colombiana, foi considerado um golpe à classe política, econômica e social do país, que sofre com um conflito interno de quatro décadas.
Uribe responsabilizou as Farc pelo ataque. A guerrilha é o mais antigo e numeroso grupo rebelde da América Latina, com cerca de 17 mil combatentes.
Sob o status de "terrorista", líderes e militantes das Farc podem ser capturados e extraditados à Colômbia e suas propriedades, confiscadas.
A declaração vetaria ainda a possibilidade de as Farc participarem de reuniões em foros políticos internacionais.
A guerrilha já faz parte da lista de organizações "terroristas" do Departamento de Estado dos Estados Unidos, e no ano passado a União Européia enquadrou as Farc em uma relação similar.
"A designação de terrorista nos ajudaria a que os compromissos que adquirimos na luta contra o terrorismo sejam efetivados em todos os países", acrescentou Uribe no documento.
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