Mike Myers fecha acordo de cinema inusitado
da Reuters, em HollywoodMike Myers fechou um contrato inusitado de produção com a Dreamworks, pelo qual o ator vai inserir sua própria imagem e a de outros atores em filmes que já existem, criando novas produções.
O estúdio chama o processo de "sampler de cinema", uma criação semelhante à prática de samplear música, pela qual um artista usa partes de canções de outro músico para produzir suas próprias faixas, às vezes acrescentando letra, ritmos e melodia novos.
"O sampler de filmes é um jeito empolgante de dar um toque de originalidade a filmes que já existem, e permite que a platéia veja filmes antigos sob uma nova perspectiva", disse Myers. "Os artistas de rap fazem isso há anos com música, e agora podemos aplicar o mesmo conceito ao cinema."
A idéia não é nova. Woody Allen criou novos diálogos para um filme japonês e lançou a produção com o nome de "What's Up, Tiger Lily?", em 1966. Recentemente, comerciais alteraram filmes antigos com John Wayne, Humphrey Bogart e Fred Astaire para campanhas de cerveja, refrigerante e aspiradores de pó.
Myers já é conhecido por homenagear filmes. Em suas produções anteriores, como na série "Austin Powers" e em "Quanto Mais Idiota Melhor", Myers reencenou ou usou cenas tiradas de filmes como "A Primeira Noite de um Homem" e "Thomas Crown, a Arte do Crime", além de abusar de citações de 007.
Mas o acordo com a Dreamworks vai permitir levar as apropriações para um novo nível.
O contrato de Myers prevê que o estúdio adquira direitos de filmes de forma que o ator possa usar avanços tecnológicos para alterar digitalmente as imagens.
Myers e o estúdio já têm vários trabalhos em mente, mas preferem não revelar os projetos, uma vez que os acordos com os detentores dos direitos autorais ainda não foram fechados.
Os chefões da DreamWorks, Steven Spielberg e Jeffrey Katzenberg, ajudarão a desenvolver o primeiro projeto, e o cineasta da série "Austin Powers", Jay Roach, ficará com a direção.
