Reuters
24/02/2003 - 14h13

EUA analisam estratégias de ataque contra iraquianos

da Reuters, em Kuait

Os militares encarregados de planejar a invasão do Iraque concentram suas atenções em três cenários de uma guerra que terminaria do mesmo modo: as forças invasoras acampadas às portas de Bagdá (capital) e o presidente Saddam Hussein cercado.

A maioria dos especialistas aposta em uma campanha de bombardeios aéreos seguida por uma invasão por terra. Mas as alternativas (ataques aéreo e terrestre simultâneos ou um grande ataque terrestre com uma pequena ofensiva pelo ar) apresentam suas próprias vantagens.

"O cenário mais provável é aquele em que haverá um período de amaciamento de uma semana, com ataques aéreos, seguido por um grande desembarque por terra", afirmou um analista da Bélgica.

"Esse é o modo como os EUA atuaram na maior parte dos conflitos recentes. Essa estratégia acaba com a vontade do inimigo de lutar. Destrói a capacidade dele de defesa e permite uma passagem relativamente segura das forças terrestres."



Esses cenários são confirmados por importantes oficiais do Kuait, a maior base da força convocada pelos EUA para a campanha no Iraque.

Apesar de o eventual conflito não ter começado, os militares norte-americanos continuam a planejar o ataque como se a ordem de invasão tivesse sido dada.

"Quando recebermos autorização, queremos ter a capacidade de dar início ao conflito imediatamente", afirmou um oficial do Reino Unido.

Ataques

Segundo analistas, qualquer invasão deve começar com uma intensa campanha aérea na qual seriam usadas as chamadas "bombas inteligentes" contra instalações militares e alvos estratégicos.

As forças norte-americanas e britânicas acreditam poder minimizar o número de vítimas entre os civis e querem também evitar dizimar totalmente as forças iraquianas.

"Queremos derrotá-los, mas não queremos encurralá-los em um canto", afirmou um oficial britânico. "Queremos oferecer-lhes uma saída. Queremos que eles possam dizer: 'Podemos nos render. Podemos sobreviver a isso'."

Depois de mais ou menos uma semana de ataques aéreos, as forças terrestres ingressariam vindas do Kuweit em dois fluxos principais -um na direção de Basra e os poços de petróleo do sul do país e outro na direção de Bagdá (capital).

De modo semelhante ao que aconteceu na Guerra do Golfo (1991), as forças norte-americanas e britânicas não contam com uma grande resistência terrestre.

O perigo dessa estratégia está na possibilidade de os bombardeios darem a chance para Saddam de implementar uma política de terra arrasada no país.

Estratégias

É por isso que as forças invasoras analisam com atenção também uma segunda opção, na qual se combinaria uma investida aérea com uma terrestre.

"Essa estratégia representa maiores riscos para as forças aliadas, mas não é impensável", disse um oficial.

Menos provável, mas também sendo considerada, é a realização de uma ataque por terra e o uso do poder aéreo apenas para dar apoio à infantaria.

Esse cenário, de toda forma, se encaixaria melhor com o que os EUA vêm chamando de "fase quatro" da campanha militar, a reconstrução do Iraque pós-Saddam.

 

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