Governo austríaco retoma coalizão com ultradireita
da Reuters, em VienaOs partidários do chanceler (primeiro-ministro) conservador austríaco Wolfgang Schuessel anunciaram hoje um acordo para retomar a coalizão de governo, rompida no final do ano passado, com o Partido da Liberdade, do ultradireitista Jörg Haider.
Depois de se reunir com o comitê executivo de seu Partido Popular, Schuessel disse a repórteres que a liderança do partido havia "aprovado por unanimidade" uma lista de ministros e um programa de coalizão.
Reuters - 22.nov.2002 |
Jörg Haider, líder de extrema direita austríaco |
Os líderes do Partido da Liberdade também aprovaram a indicação do gabinete e do programa, que só precisam da assinatura do presidente Thomas Klestil.
Um porta-voz de Klestil disse que o governo poderia tomar posse ainda hoje.
"O chanceler deu ao presidente a lista dos ministros e o programa e os está estudando neste momento", disse o porta-voz Meinhard Rauchensteiner.
"Se os dois partidos e o presidente concordarem, o governo pode tomar posse hoje."
O partido de Schuessel, que venceu as eleições de novembro com 42% dos votos, iniciou as negociações no começo desta semana com o partido que Joerg Haider liderou por 15 anos, até o ano de 2000, quando formou uma coalizão com Schuessel.
A maioria dos ministros deve manter seus cargos no novo governo.
Em setembro, Grasser e a vice-chanceler Susanne Riess-Passer renunciaram ao gabinete, provocando o fim da coalizão partidária, depois que Haider liderou uma rebelião no Partido da Liberdade. Haider não concordou com a decisão de Grasser de adiar os cortes fiscais para ajudar o governo a pagar pelo prejuízo de bilhões de euros provocado pelas enchentes de agosto de 2002.
"Karl-Heinz Grasser será um ministro das Finanças independente no governo", disse Schuessel.
A entrada do partido de Haider no governo em março de 2000 levou a União Européia e os Estados Unidos a imporem sanções contra a Áustria.
Apesar de não ser mais o presidente do Partido da Liberdade, Haider exerce grande influência sobre seus atuais líderes.
A decisão de Schuessel de retomar a coalizão com a ultradireita foi tomada depois de negociações frustradas com os partidos Social Democrata e Verde, que não concordam com a política de fiscal e de privatização do governo.
Leia mais