Reuters
04/03/2003 - 14h06

Camarotes extra-oficiais esvaziam blocos em Salvador

da Reuters, em Salvador

Os blocos de Carnaval na capital baiana vêm perdendo a força. Pelo menos é o que acreditam alguns foliões que têm testemunhado o fim ou o esvaziamento de vários trios elétricos e o surgimento de mais camarotes ao longo dos circuitos Dodô e Osmar.

"Essa história de camarotes deu uma esvaziada nos blocos, com certeza. Tem gente que resolveu vender o abadá para comprar ingressos de camarote", protestou o carioca Fred Menezes, 27, que está em Salvador pela segunda vez para passar o Carnaval com um grupo de amigos.

Fora os espaços de artistas como Daniela Mercury, Ricardo Chaves e Gilberto Gil, restritos a convidados vips, restaurantes, bares e até casas à beira-mar improvisam camarotes com preços que variam de R$ 20 a R$ 50 por noite para o folião que quer escapar da pipoca ou não tem dinheiro para pagar até R$ 300 em um abadá.

Na opinião do vocalista do Ilê Aiyê, Walfran Santos Nascimento, conhecido como Paulinho, a elitização do Carnaval é inevitável com a ampliação indiscriminada na quantidade de camarotes.

"Os blocos e os trios evoluíram e mudaram muito nos últimos anos. A comercialização de abadás ou fantasias têm crescido de forma assustadora. E a onda de camarotes inviabiliza ainda mais a participação popular. Para mim, a cada ano que passa diminui o espaço para que o folião se divirta", afirmou Paulinho.

A Associação dos Trios Independentes estima que dez blocos deixaram de existir desde o ano passado. Até mesmo o grupo É o Tchan!, que antes desfilava pelas ruas de Salvador, preferiu ser representado neste Carnaval com os camarotes de Sheila Mello e Scheila Carvalho.

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