Reuters
05/03/2003 - 13h15

França, Rússia e Alemanha não aprovarão nova resolução na ONU

da Reuters, em Paris

A França, a Rússia e a Alemanha, líderes do bloco de países contrários a uma guerra no Iraque, concordaram hoje em defender o prosseguimento das inspeções de armas da Organização das Nações Unidas (ONU).

Falando em uma entrevista coletiva conjunta, o chanceler francês, Dominique de Villepin, disse que os três países não permitiriam a aprovação de uma resolução na ONU abrindo o caminho para o uso de força contra o Iraque.

"Nós não permitiremos a aprovação de uma resolução proposta que autoriza o uso da força. A Rússia e a França, como membros permanentes do Conselho de Segurança, assumirão totalmente todas as suas responsabilidades".'

Questionado se a França estava preparada para usar seu poder de veto para bloquear a resolução , Villepin acrescentou: "Estamos totalmente do mesmo lado da Rússia".

O ministro das Relações Exteriores russo, Igor Ivanov, havia dito em Londres hoje que Moscou não iria se abster da votação sobre a resolução e advertiu que poderia usar seu poder de veto. Rússia e França têm poder de veto no Conselho de Segurança, assim como China, EUA e Reino Unido.

Na declaração conjunta, Ivanov disse que a China "compartilha" o ponto de vista dos três países na crise do Iraque.

"Eu posso dizer a vocês que nossos parceiros chineses compartilham nosso ponto de vista", afirmou Ivanov aos repórteres.

Os ministros das Relações Exteriores dos três países encontraram-se hoje para coordenar suas ações em resposta aos planos dos EUA de invadir o país árabe.

Na próxima sexta-feira (7), o Conselho de Segurança da ONU reúne-se para discutir a questão.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, cancelou dois discursos que faria na Baviera para viajar até Paris, onde se reuniu com os chanceleres das outras duas potências.

Villepin e Ivanov já haviam marcado o encontro a fim de se prepararem para a sessão de sexta-feira, quando os inspetores de armas da ONU entregam um importante relatório sobre o Iraque.

No dia 24 de fevereiro, os três países elaboraram um memorando pedindo a concessão de um prazo de mais quatro meses para que os inspetores continuem seu trabalho no país árabe.

Especial
  • Saiba mais sobre a crise EUA-Iraque
     
  • FolhaShop

    Digite produto
    ou marca