Reuters
05/03/2003 - 18h33

EUA dizem que não aumentarão apoio militar à Colômbia

da Reuters, em Bogotá (Colômbia)

Soldados dos Estados Unidos estão ajudando na caçada por rebeldes colombianos que capturaram três norte-americanos. Apesar disso, Washington não tem planos de expandir sua presença militar no país andino, disse hoje uma autoridade.

Os Estados Unidos enviaram cerca de 50 militares a mais para a Colômbia a fim de ajudar na enorme operação de resgate do Exército colombiano, que procura três empreiteiros do Departamento da Defesa dos EUA capturados por guerrilheiros em 13 de fevereiro, quando, segundo os EUA, o avião em que estavam sofreu um acidente.

O envio extra significa que o número de militares norte-americanos na Colômbia ultrapassou o limite de 400, imposto pelo Congresso dos EUA, mas isso não faz diferença nas regras de ajuda de Washington, disse a autoridade.

"O que continuará sendo a base aqui me parece que é do nosso interesse que os colombianos façam as coisas pelos colombianos", declarou a autoridade, que pediu para não ser identificada.

Soldados norte-americanos, incluindo um pequeno número de integrantes das Forças Especiais, estão ajudando nas buscas, operações de treinamento e inteligência, mas não participam de combates.

Segundo a autoridade, a ajuda dos Estados Unidos à Colômbia -terceiro maior destino de ajuda militar dos EUA, depois de Israel e Egito- continuará no mesmo nível.

"Não haverá forças de combate, isso é responsabilidade colombiana", declarou a fonte, acrescentando que o compromisso dos EUA com o país não será enfraquecido por atividades em outros lugares.

"Não acho que nossos esforços de tentar fazer o Iraque desarmar-se tenham algo a ver com o que fazemos ou deixamos de fazer com a Colômbia", acrescentou.

Os Estados Unidos deram à Colômbia cerca de US$ 2 bilhões, principalmente em ajuda militar, nos últimos anos. A maior parte foi para a luta contra o comércio de cocaína e, mais recentemente, contra rebeldes.


Resgate

Muitas pessoas nos Estados Unidos temem que os soldados norte-americanos sejam atraídos para uma situação na Colômbia parecida com a da Guerra do Vietnã.

A chegada de reforços dos EUA para a operação de resgate provocou reações de políticos de oposição da Colômbia. Eles dizem que a atuação de soldados norte-americanos pode violar a soberania do país.

Mas pesquisas de opinião mostram que muitos colombianos, cansados dos fracassos do Exército do país na luta contra guerrilheiros de esquerda e esquadrões paramilitares de direita, aceitariam uma intervenção direta de forças dos EUA.

Washington manifestou satisfação com as tentativas da Colômbia de encontrar os cidadãos norte-americanos, disse a autoridade.

"Os militares colombianos estão fazendo um trabalho maravilhoso. Eles têm quase 5.000 homens e, de um jeito ou de outro, estão em perigo."

Os três norte-americanos foram capturados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, maior guerrilha do país), quando o avião caiu na Província de Caquetá, região do norte do país com grande presença de guerrilheiros.

Os rebeldes, que mataram um quarto norte-americano e um sargento do Exército colombiano que estavam no mesmo avião, dizem que os reféns são agentes da CIA (agência da inteligência norte-americana) e querem trocá-los por guerrilheiros presos em cadeias da Colômbia.

Autoridades dos EUA insistem que os reféns são empreiteiros civis do Departamento da Defesa, que faziam parte de uma missão de inteligência.

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