Reuters
05/03/2003 - 19h30

EUA vigiam presidente da Colômbia por satélite

da Reuters, em Bogotá (Colômbia)

Os Estados Unidos estão vigiando o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, por satélite para proteger seu aliado de tentativas de assassinato por rebeldes de esquerda, disseram hoje fontes do governo e do setor de inteligência.

A segurança de alta tecnologia usada para proteger Uribe usa equipamento para interceptar comunicações perto do palácio presidencial e permite que agentes de inteligência monitorem de perto os movimentos do presidente.

Uribe, que reforçou a guerra para acabar com o comércio de cocaína, com ajuda dos EUA, e está aumentando o número de militares no país, sobreviveu a diversas tentativas de assassinato por rebeldes de esquerda, incluindo um potente carro-bomba em abril, durante sua campanha eleitoral.

"Os Estados Unidos estão trabalhando ao lado da Colômbia na proteção e segurança do presidente Uribe porque é uma prioridade para eles. Eles estão usando todos os tipos de equipamento para proteger Uribe, não somente quando ele está no escritório, mas também durante sua movimentação", disse uma autoridade de primeiro escalão da inteligência colombiana.

A autoridade, que falou sob condição de anonimato, disse que o sistema foi instalado após o ataque rebelde com morteiros durante a posse de Uribe, em agosto, que matou 21 pessoas em um bairro pobre perto do local.

Questionado se o sistema de segurança utiliza monitoramento por satélite, a autoridade disse: "Sim. Todo o tipo de equipamento e tecnologia".

Os Estados Unidos, que gastaram mais de US$ 2 bilhões em ajuda militar à Colômbia nos últimos anos para auxiliar na luta contra as drogas e os rebeldes, consideram Uribe um importante aliado regional.

O pai do presidente colombiano foi morto por rebeldes de esquerda durante um sequestro há 20 anos.

Uma autoridade de inteligência dos EUA recusou-se a comentar o tema. "Eu não posso contar para você sobre algo tão secreto relacionado à segurança de um dos homens mais ameaçados do mundo."

Uribe viaja todos os finais de semana para províncias sem lei a fim de participar de encontros regionais comunitários e de segurança, o que preocupa autoridades de segurança.

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) têm cerca de 20 mil combatentes e é o exército rebelde mais antigo da América Latina. O grupo aumentou recentemente o número de ataques em grandes cidades da Colômbia.

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