Reuters
07/03/2003 - 19h25

Leia cronologia das relações entre Iraque e ONU desde 1991

da Reuters, em Londres

O chefe dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), Hans Blix, entregou hoje um novo relatório sobre o Iraque que deixou as grandes potências ainda mais divididas em relação a uma possível guerra contra o país árabe.

Ao entregar o documento ao Conselho de Segurança da ONU, Blix afirmou que o Iraque começou a destruir seus mísseis Al Samoud 2, em uma "medida substancial de desarmamento". Porém, o chefe dos inspetores criticou o número de documentos entregues por Bagdá sobre programas proibidos de armamentos químicos e biológicos.

Estados Unidos, Reino Unido e Espanha apresentaram uma proposta de uma resolução que daria ao Iraque um ultimato para comprovar o desarmamento até 17 de março, ou enfrentar o risco de uma guerra.

A seguir, a cronologia das relações entre Iraque e ONU desde o término da Guerra do Golfo, em 1991, quando uma coalizão liderada pelos Estados Unidos expulsou as tropas de Saddam Hussein do Kuait.

1991:

28 de fevereiro - EUA e forças aliadas cessam fogo.

7 de abril - Estados Unidos, Reino Unido e França estabelecem uma "zona de exclusão aérea" ao norte do paralelo 36.

11 de abril - Nações Unidas declaram o cessar-fogo da Guerra do Golfo após o Iraque aceitar os termos da resolução 687. O texto pede a eliminação das armas de destruição em massa de Bagdá e o redirecionamento de parte de sua arrecadação com petróleo para reparos da guerra.

9 de junho - Inspetores da Unscom (Comissão Especial da ONU para o Desarmamento) iniciam exames de armas químicas.

1992:

27 de agosto - A segunda "zona de exclusão aérea" é estabelecida pelos três aliados ao sul do paralelo 32.

1995

1 de julho - O Iraque admite pela primeira vez que tem armas biológicas.

1996

3/4 de setembro - Estados Unidos lançam duas ondas de ataques com mísseis contra alvos iraquianos.

10 de dezembro - Programa "petróleo por comida" é iniciado, permitindo ao Iraque vender US$ 2 bilhões em petróleo durante seis meses para comprar provisões humanitárias para seu povo.

1997

29 de outubro -O Iraque proíbe a entrada de norte-americanos que fazem parte das equipes de inspeção.

13 de novembro - O Iraque expulsa os inspetores de armas. O retorno é permitido uma semana depois, com ajuda diplomática da Rússia, e as inspeções continuam.

1998

9 de agosto - A Unscom suspende as inspeções de novos locais após Bagdá decidir interromper a cooperação com a ONU.

16 de dezembro - Inspetores de armas da ONU deixam Bagdá.

17 de dezembro -- Estados Unidos e Reino Unido iniciam ataques aéreos com objetivo de atingir os supostos programas de armas químicas, nucleares e biológicas do Iraque.

1999

3 de fevereiro - ONU afirma que todos os norte-americanos e britânicos de suas equipes devem deixar o Iraque.

2001

3 de abril - Iraque afirma que as sanções impostas pela ONU causaram a morte de 1.471.425 pessoas desde agosto de 1990.

2002

30 de janeiro - George W. Bush, presidente dos EUA, afirma que Irã, Iraque e Coréia do Norte fazem parte do "eixo do mal" que desenvolve armas de destruição em massa. Os três rejeitam a acusação.

24 de setembro - Bagdá oferece "acesso irrestrito" aos inspetores de armas da ONU a fim de estabelecer a verdade após a publicação pelo Reino Unido de um dossiê sobre o programa de armas iraquiano.

12 de outubro - Um assessor de Saddam Hussein envia uma carta aos inspetores de armas da ONU afirmando que o Iraque está pronto a remover todos os obstáculos para a volta dos inspetores após quase quatro anos.

8 de novembro - O Conselho de Segurança da ONU aprova por unanimidade uma resolução dando ao Iraque uma última chance para eliminar suas armas de destruição em massa, ou enfrentar "sérias consequências". O Iraque aceita a Resolução 1441 sem restrições em 13 de novembro.

27 de novembro - Equipes de inspetores da ONU completam sua primeira missão em campo no Iraque em quatro anos, visitando três locais ao redor de Bagdá.

7 de dezembro - Iraque entrega aos inspetores de armas uma declaração de 12 mil páginas sobre seus programas de armas.

18 de dezembro - Reino unido afirma que a declaração entregue à ONU não é a "declaração completa e total" exigida pelo Conselho de Segurança.

19 de dezembro - O embaixador dos EUA na ONU, John Negroponte, afirma que as omissões na declaração do Iraque constituem "violação material" da Resolução 1441.

2003

9 de janeiro - Chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, afirma que suas equipes não encontraram provas no Iraque, mas diz que Bagdá não respondeu a "muitas questões" sobre seu programa de armas.

14 de janeiro - Bush afirma que está "cansado" dos jogos de esconder do Iraque e adverte que o prazo para Bagdá cumprir as exigências de desarmamento da ONU está terminando.

16 de janeiro - Blix afirma que os inspetores encontraram materiais importados ilegais para uso em armas convencionais no Iraque, e que somente a cooperação completa pode evitar a opção de guerra.

20 de janeiro - Iraque promete mais ajuda aos inspetores de armas da ONU e afirma que formará sua própria equipe de inspeções para procurar armas proibidas, após dois dias de negociações com Blix.

27 de janeiro - Blix e Mohamed El Baradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), dizem ao Conselho de Segurança da ONU que as falhas nas declarações do Iraque precisam ser completadas de imediato. Mas Blix afirma que as falhas não levam à conclusão de que Bagdá mantenha armas proibidas.

28 de janeiro - Reino Unido declara que o Iraque está em "violação material" das exigências da ONU e afirma que as chances de evitar a guerra estão diminuindo.

28 de janeiro - Bush, em seu discurso do Estado da União, promete usar a força total dos EUA contra o Iraque em caso de necessidade e afirma que o Iraque demonstrou "desobediência total" à ONU.

30 de janeiro - El Baradei afirma que o Iraque ainda não rompeu a resolução de desarmamento da ONU. 31 de janeiro - Bush reúne-se com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que afirma ser importante pressionar por uma nova resolução da ONU autorizando o uso da força militar contra o Iraque.

5 de fevereiro - Powell apresenta à ONU o que afirma ser evidência dos atuais programas de armas de destruição em massa do Iraque. Ele argumenta que Bagdá está agora em situação de maior violação material das resoluções da ONU.

9 de fevereiro - Blix e sua equipe encerram dois dias de negociações sobre desarmamento com o Iraque e recebem mais documentos.

10 de fevereiro - O Iraque concorda incondicionalmente com os vôos de aviões vigilância U-2, uma das principais exigências dos inspetores.

12 de fevereiro - Um conselho de especialistas levados pelos inspetores da ONU descobre que os mísseis Al Samoud 2 ultrapassam o limite de alcance imposto pelo Conselho de Segurança.

14 de fevereiro - Os inspetores-chefes divulgam ao Conselho de Segurança relatório sobre as inspeções.

24 de fevereiro - Blix entrega uma lista com cerca de 30 questões pendentes sobre o desarmamento do Iraque ao preparar seu relatório.

- Estados Unidos, Reino Unido e Espanha propõem o esboço de uma nova resolução declarando desperdiçou sua "oportunidade final" para se desarmar. Uma contraproposta da França, apoiada pela Rússia e Alemanha, pede mais tempo aos inspetores da ONU.

27 de fevereiro - Os países-membros do Conselho de Segurança iniciam as discussões sobre a proposta norte-americana.

28 de fevereiro - O Iraque afirma que obedecerá as exigências da ONU para destruir seus mísseis Al Samoud 2.

1º de março - Bagdá destrói quatro mísseis Al Samoud 2, cumprindo o prazo estabelecido pela ONU para iniciar o desmantelamento do programa.

7 de março - Blix entrega um novo relatório ao Conselho de Segurança afirmando que Bagdá realizou algum progresso, mas que ainda não esclareceu questões-chave sobre programas de armamentos químicos e biológicos.

- Estados Unidos, Reino Unido e Espanha apresentam uma proposta revisada de sua proposta, aumentando o prazo para o Iraque se desarmar até 17 de março.

- Liderando a oposição à guerra, a França afirma que não poderá aceitar o ultimato de 17 de março.
 

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