Reuters
09/03/2003 - 14h50

Exército dos EUA promete limitar morte de civis no Iraque

da Reuters, em Washington

Autoridades norte-americanas prometem o máximo de empenho para minimizar o número de civis mortos numa guerra contra o Iraque, mas reconhecem que nenhuma guerra é imaculada e algumas mortes de inocentes podem ocorrer.

Bombas de precisão, seleção cuidadosa de alvos e munições e uso de armas não-letais quando possível devem limitar as baixas e os danos a instalações civis, dizem autoridades.

Grupos de defesa dos direitos humanos alertaram sobre uma possível catástrofe humana no Iraque, caso os ataques de fato ocorram. Eles lembraram que civis iraquianos sofrem há anos com as rígidas sanções econômicas internacionais e com a negligência do governo do presidente Saddam Hussein.

Tom Malinowski, do grupo de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, afirmou que o Exército dos Estados Unidos tem obrigação de atacar alvos militares sem causar danos desnecessários a civis. Ele disse ainda que as forças têm obrigação moral e legal de proteger civis iraquianos em qualquer território tomado do governo de Saddam durante a guerra.

"Portanto, se Saddam Hussein lançar armas químicas ou biológicas, por exemplo, contra civis ou contra tropas norte-americanas, caberá ao Exército dos Estados Unidos proteger quem quer que seja afetado e fornecer a estas pessoas assistência após o eventual ataque", afirmou Malinowski.

"Garanto que nenhum integrante das tropas norte-americanas quer se ver rumando em direção a Bagdá protegido por uniformes e equipamento especiais enquanto civis estão morrendo ao longo do caminho", acrescentou.

O general da Força Aérea Richard Myers, chefe do Estado-Maior, expressou esperança de que os civis não morram em "grandes números" se houver uma guerra. "Por mais que tentemos limitar as baixas civis, elas ocorrerão", disse Myers.

"Coisas ruins acontecerão no campo de batalha", explicou uma autoridade sênior da Defesa, sob condição de anonimato. "Nossa intenção é assegurar que manteremos os efeitos em níveis mínimos."

O Pentágono reluta em tornar públicas as previsões do número de civis iraquianos que podem morrer em uma guerra. Segundo Sarah Sewall, diretora do Carr Center for Human Rights Policy, da Universidade de Harvard, cerca de 3.500 iraquianos civis morreram durante a Guerra do Golfo, em 1991.

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