Reuters
10/03/2003 - 14h48

EUA intensificam diplomacia para garantir aprovação na ONU

da Reuters, em Washington

Apesar da nova declaração de veto da Rússia, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, telefonou para vários líderes mundiais hoje a fim de pedir apoio à resolução da ONU que autorize uma guerra no Iraque.

"Estamos em plena diplomacia", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

Para aprovar a resolução, os Estados Unidos precisam angariar nove dos 15 votos do Conselho de Segurança e ainda evitar que França, Rússia ou China exerçam seu poder de veto. Essa resolução dá até 17 de março para que o Iraque entregue suas armas de destruição em massa, cuja existência Bagdá nega.




A votação pode acontecer a partir hoje. Apesar de o chanceler russo, Igor Ivanov, já ter anunciado a intenção de vetar o texto, os EUA dizem que não vão se dar por vencidos.

Bush mantém uma relação de estreita cooperação com o russo Vladimir Putin, mas, num sinal de divisão, a Casa Branca lembrou que em 1999 a Rússia se opôs a uma resolução que determinava o fim das atrocidades sérvias contra os albaneses de Kosovo. Por causa disso, a Otan interveio no conflito sem autorização da ONU.

"O presidente Bush de fato ficaria decepcionado se a Rússia vetasse. O presidente veria isso como uma oportunidade perdida para que a Rússia assumisse uma importante posição moral em defesa da liberdade e prevenisse o risco de uma catástrofe, como resultado de Saddam Hussein desenvolver armas de destruição em massa", disse Fleischer.

Bush telefonou para o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, e para o presidente chinês, Jiang Zemin. Ao mesmo tempo, o secretário de Estado Colin Powell se reunia com o seu colega de Guiné, François Ousseynou Fall, que tem vaga temporária no Conselho. Powell e a assessora de Segurança Nacional, Condolezza Rice, também estão dando telefonemas.

Reservadamente, autoridades norte-americanas reconhecem que a resolução pode ser derrotada. Bush já prometeu, entretanto, que atacará o Iraque com ou sem o apoio da ONU.

A Casa Branca também criticou o inspetor-chefe de armas da ONU, Hans Blix, por não mencionar, em seu último relatório, o fato de que sua equipe encontrou um avião iraquiano não-tripulado, cuja existência foi revelada em um documento de 173 páginas divulgado pelos inspetores.

Segundo os EUA, esse avião, que tem envergadura de 7,45 metros, poderia ser usado para dispersar armas químicas e biológicas. Hoje, em um encontro fechado, os países do Conselho de Segurança devem perguntar a Blix sobre a omissão, segundo Fleischer.

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