Reuters
11/03/2003 - 11h12

Produtores confirmam que Oscar acontece mesmo com guerra

da Reuters, em Los Angeles

Com ou sem guerra contra o Iraque, a cerimônia de entrega do Oscar será realizada, prometeram seus organizadores na segunda-feira, quando reuniram a "classe de 2002" para o almoço anual dos indicados ao Oscar.

Eles também deram o aviso -tradicional, mas frequentemente ignorado- sobre a importância de manter curtos os discursos de aceitação do prêmio.

Os indicados lotaram o palco para a tradicional "foto da classe", com Martin Scorsese apertado ao lado de Salma Hayek, enquanto Nicolas Cage, de blue jeans e camisa de estampa berrante, ficava à esquerda.

Depois do clique, Jack Nicholson pôde ser visto conversando seriamente com Nicole Kidman.

O produtor do show do Oscar, Gil Cates, disse aos indicados que o show vai continuar, haja ou não uma guerra contra o Iraque.

Mas avisou: "Se estivermos em guerra, o programa vai refletir essa realidade, tanto nas partes que podemos controlar quando nas que não podemos, que são os discursos de aceitação de vocês".

"O show vai continuar, e nosso objetivo continuará a ser o mesmo que é há 75 anos: celebrar nossa forma de arte, o cinema, e render homenagem a seus melhores expoentes."

Cates também avisou aos indicados: "Se vocês tirarem um papel do bolso e começarem a ler uma lista de nomes, será o fim. A orquestra começará a tocar, e vocês terão que terminar".

Na entrevista coletiva à imprensa que se seguiu ao almoço, os jornalistas perguntaram a uma seleção representativa de indicados se o show deve ou não continuar no caso de ter sido deflagrada uma guerra.

O consenso foi que sim, mas que o tom da cerimônia deve ser sóbrio e respeitoso.

A entrega do Oscar nunca foi adiada em razão de guerra, mas já sofreu adiamentos de alguns dias após o assassinato de Martin Luther King e o atentado contra o então presidente Ronald Reagan.

Para Ed Harris, indicado na categoria melhor ator coadjuvante por seu trabalho em "As Horas", "o Oscar não é um fórum político, mas seria o caso de se fazer uma oração pela paz".

Na opinião de Daniel Day-Lewis, indicado ao Oscar de melhor ator por sua atuação em "Gangues de Nova York", seria muito difícil "e pareceria um pouco obsceno se nós subíssemos um tapete vermelho, dançando, enquanto pessoas estivessem morrendo".
 

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