Reuters
11/03/2003 - 16h50

"Chicago" dispara à frente de seus rivais ao Oscar

da Reuters, em Los Angeles

Depois de passar vitorioso por duas rodadas de premiações nos últimos 15 dias, o musical "Chicago" praticamente aniquilou a concorrência para o Oscar de melhor filme, disseram peritos no principal prêmio do cinema na segunda-feira.

Mas ainda há lugar para o inesperado na noite do Oscar, em 23 de março, já que as corridas para melhor ator e melhor atriz parecem ter virado disputas mais acirradas à medida que a cerimônia se aproxima.

"Minha impressão é que já não dá para fazer o bonde de 'Chicago' parar", disse Tom O'Neil, observador do Oscar que dirige um site de fãs (www.goldderby.com). "Mas isso não quer dizer que não possam acontecer surpresas."

A história cínica de assassinato e fama estrelada por Richard Gere, Renee Zellweger e Catherine Zeta-Jones ganhou o prêmio de melhor elenco do sindicato de atores (SAG), no domingo. Zellweger e Zeta-Jones foram premiadas respectivamente como melhor atriz e melhor atriz coadjuvante.

Na semana passada, o sindicato dos diretores da América concedeu o prêmio de melhor direção a Rob Marshall. Historicamente, esse é um indicativo forte de vitória no Oscar. O sindicato de produtores escolheu Martin Richards como produtor do ano.

Some-se tudo isso e "Chicago" parece realmente ser a aposta mais indicada para o Oscar, entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA.

Apesar disso, indagado nos SAG Awards sobre as chances do filme ao Oscar, Zellweger disse apenas "não sei". Zeta-Jones também evitou o assunto num almoço para indicados ao Oscar na segunda-feira, negando-se a falar sobre as chances do filme.

A atriz Christine Baranski, que faz o papel da colunista de tablóide Mary Sunshine no musical, foi mais direta ao comentar as chances de "Chicago" no Oscar.

"Todos os elementos se juntam no filme. Quando saí da sala de exibição, pensei 'não pode haver um filme melhor este ano'. Acho que ele vai ganhar o Oscar, mas não sou imparcial, é claro", ela concluiu.

Outras disputas

Enquanto "Chicago" entra nos 15 dias finais da corrida ao Oscar como candidato claro ao título de melhor filme, a vitória de Zellweger nos SAG Awards colocou lenha na fogueira da disputa pelo prêmio de melhor atriz.

Até então, Nicole Kidman era a mais cotada por seu papel da escritora britânica suicida Virginia Woolf em "As Horas", mas o prêmio que Zellwegger recebeu do SAG a colocou em pé de igualdade com Kidman na briga pelo Oscar.

Entretanto, Tom O'Neill observou que os prêmios do SAG são escolhidos pelo voto de quase 100 mil filiados ao sindicato dos atores, enquanto o Oscar é decidido por apenas 6.000 eleitores pertencentes à Academia.

Consequentemente, os SAG Awards refletem escolhas mais populares. Os eleitores do Oscar tendem a preferir filmes e atuações dramáticas, fato que deve conferir uma vantagem a Kidman.

Enquanto isso, Richard Gere, de "Chicago", ficou de fora da lista de indicados na categoria melhor ator, garantindo a Jack Nicholson o status de favorito por sua atuação em "As Confissões de Schmidt".

Mas o SAG optou por premiar Daniel Day-Lewis pelo papel do vilão Bill "The Butcher" Cutting em "Gangues de Nova York", o que o levou para uma posição dianteira na disputa.

Entre as atrizes coadjuvantes, a disputa maior parece ser entre Catherine Zeta-Jones e Queen Latifah, ambas de "Chicago", e Julianne Moore, de "As Horas". Não existem favoritos na disputa do prêmio de melhor ator coadjuvante.

Finalmente, com o prêmio do sindicato dos diretores na mão, Rob Marshall está à frente de seus rivais na categoria melhor direção. Ele disputa com: Martin Scorsese ("Gangues de Nova York"), Stephen Daldry ("As Horas"), Roman Polanski ("O Pianista") e Pedro Almodóvar ("Fale com Ela").

Nos 53 anos passados desde que o sindicato dos diretores indica seu diretor favorito, apenas em cinco ocasiões seu vencedor deixou de ganhar o Oscar correspondente.
 

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