Reuters
12/03/2003 - 09h31

Reconstrução do Iraque pode custar US$ 20 bi por ano aos EUA

da Reuters, em Washington

A reconstrução do Iraque após uma eventual guerra pode custar US$ 20 bilhões por ano aos contribuintes norte-americanos, disseram especialistas em política externa hoje.

A pedido da entidade privada Conselho de Relações Exteriores, os especialistas prepararam um relatório intitulado "Iraque: O Dia Seguinte", em que sugerem ao presidente George W. Bush que busque aprovação no Congresso para um pacote de reconstrução que dure vários anos.

O texto recomenda também que os Estados Unidos envolva a comunidade internacional na tarefa e dêem postos-chaves no processo aos próprios iraquianos.



Sob o comando de Thomas Pickering e James Schlesinger, que foram assessores de governos democratas e republicanos, o grupo disse que a tarefa vai exigir "o comprometimento extraordinário de recursos financeiros e humanos dos EUA."

O custo da reconstrução propriamente dita seria de US$ 2,5 milhões por ano. O restante do dinheiro seria gasto na manutenção das tropas de estabilização (US$ 16,8 bilhões) e em ajuda humanitária (US$ 500 milhões).

O gasto com a tropa de estabilização foi calculado levando em conta um contingente de 75 mil homens. Há estimativas apontando para até 200 mil soldados.

O relatório nota ainda que, por causa da possível redução nas vendas de petróleo iraquiano, a ajuda humanitária pode ser "consideravelmente mais alta" do que o esperado.

"O presidente deveria anunciar um programa de vários bilhões de dólares, para vários anos, e buscar aprovação formal no Congresso", recomenda o texto.

Após a guerra, segundo os especialistas, os EUA deveriam eliminar quaisquer armas de destruição em massa porventura restantes e romper os contatos -"sejam limitados ou extensivos"- do país com organizações terroristas. Eles sugerem também que o novo governo tenha capacidade de manter a integridade e a independência do Iraque.

A primeira dificuldade será garantir a segurança contra bandidos ou militares leais a Saddam Hussein, além de proteger refugiados e convencer os iraquianos a não abandonarem suas casas.

"Nenhum dos outros objetivos dos EUA na reconstrução seriam atingidos na ausência de segurança pública", disse o texto. "Se o governo não cuidar efetivamente da questão, isso alimentaria a sensação de que o resultado da intervenção norte-americana foi um aumento no sofrimento humano."

O relatório sugere ainda que a ONU seja chamada para treinar uma polícia internacional e tratar vítimas de armas químicas e biológicas.

Contra as críticas de que o principal interesse norte-americano nesta guerra é o petróleo, os especialistas recomendam que o país enfatize seu desejo de "respeitar e defender" a propriedade iraquiana sobre seus recursos.

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