Reuters
17/03/2003 - 16h02

Instituto Pinel, do Rio, lança grife criada por seus pacientes

da Reuters, no Rio de Janeiro

Pacientes do principal hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro, o Instituto Philippe Pinel, lançaram há menos de um mês a grife Papel Pinel.

Blocos, cadernos, fichários, camisetas e bolsas são feitos com papel reciclável e vendidos em vários pontos da capital carioca com renda revertida para a própria instituição vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A idéia da grife surgiu em abril do ano passado, quando um paciente pediu que o hospital implantasse uma oficina de reciclagem de papel.

"Montamos uma oficina ao ar livre e foram sendo criados papéis lindos... Assim, foram surgindo caixas e embalagens. Os trabalhos chamaram tanto a atenção que o hospital nos cedeu uma sala", contou a psicóloga-clínica Esther Marco Wenna, 49, responsável pela grife.

Com a intensificação do trabalho, foram sendo montados bazares dentro do hospital e a própria Esther comprava os produtos dos pacientes.

Daí veio a vontade de montar uma grife, vendê-la em vários pontos do Rio de Janeiro e, com isso, ajudar os pacientes a aumentar sua renda pessoal, além de contribuir para a manutenção do instituto.

Atualmente, 15 internos trabalham para desenvolver a linha da Papel Pinel. Mas, segundo Esther, pacientes de fora do hospital e até parentes de internos costumam participar do processo.

Com a ajuda da designer Bel Brito foi criada uma identidade visual para a grife a partir de um desenho do paciente Samyr Ferreira dos Santos, de 28 anos. Amigo de Bel, o ator Guilherme Karan aceitou ser o garoto-propaganda da grife, cujos preços variam de R$ 5 a R$ 12 para cadernos e blocos e R$ 15 reais para camisetas e bolsas.

Os produtos podem ser encontrados no Museu Nacional de Belas Artes, no Centro Cultural Banco do Brasil e na loja do Jardim Botânico.
 

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