Europa adverte que guerra no Iraque pode precipitar recessão
ALISTER BULLda Reuters, em Frankfurt
Uma segunda Guerra do Golfo pode desatar uma recessão na zona do euro, advertiram na segunda-feira autoridades européias enquanto os mercados se preparavam para uma iminente invasão do Iraque.
Os bancos centrais da Alemanha e da Itália advertiram que a tensão em relação ao Iraque afeta a economia global e a Comissão Européia disse que uma alta sustentada dos preços do petróleo poderia danificar a economia da zona do euro.
``Não podemos excluir um estancamento ou até uma recessão na zona do euro'', informou a Comissão em sua avaliação mais negativa dos efeitos que um ataque liderado pelos Estados Unidos ao Iraque teria sobre a zona do euro.
A Comissão também reduziu pela metade sua previsão de crescimento para a zona do euro em 2003 e disse que as esperanças de uma recuperação no ano que vem dependem do esclarecimento das incertezas sobre o Iraque.
Como resultado, e antes de sentir as sequelas da guerra, a Comissão agora prevê um crescimento de cerca de um por cento este ano, frente a previsão, feita em novembro, de uma expansão de 1,8 por cento.
A contagem regressiva para o conflito agora é de horas e não mais de dias, depois de o presidente dos EUA, George W. Bush, ter dito ao Iraque no domingo que ``agora é a hora da verdade'', e a Organização das Nações Unidas ter pedido a retirada dos inspetores de armas de Bagdá.
O Bundesbank informou em seu comunicado mensal, divulgado na segunda-feira, que as tensões são um forte golpe à economia. O banco central italiano disse que uma luta prolongada afetaria o mundo industrial.
``O ritmo de crescimento das principais economias industriais poderia acabar desacelerando-se, mesmo de forma considerável'', disse a autoridade monetária alemã.
O petróleo é o principal canal por meio do qual a guerra é sentida nos bolsos do mundo industrializados, ao reduzir o poder de consumo. Porém, os baixos investimentos e a desconfiança familiar, além do comércio internacional, podem tornar o cenário ainda pior.
