Reuters
18/03/2003 - 16h46

Polícia da Venezuela mata 2 colombianos em embate na fronteira

da Reuters, em Caracas (Venezuela)

A polícia venezuelana matou dois suspeitos de integrar milícias direitistas colombianas e capturou três rebeldes esquerdistas do país vizinho em uma operação na área de fronteira, disse hoje um porta-voz.

A operação se segue a acusações do governo colombiano de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não estava fazendo o bastante para garantir a segurança ao longo dos 2.200 quilômetros de fronteira entre os dois países, uma região que vê intensa atividade dos rebeldes e dos grupos paramilitares colombianos.

Um porta-voz no Estado de Tachira, fronteira oeste da Venezuela, disse à agência Reuters que os dois homens mortos ontem eram supostamente membros das AUC, Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia.

Eles eram parte de um grupo de oito homens viajando, e dispararam contra uma patrulha policial em uma estrada de fronteira em Urena, perto da cidade fronteiriça venezuelana de San Antonio.

No tiroteio que se seguiu, dois membros do grupo foram mortos e os demais atravessaram a fronteira e fugiram para a Colômbia.

O incidente se seguiu à captura, em San Antonio, no domingo (16), de três membros do grupo rebeldes esquerdista colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN). O ELN é um dos diversos exércitos fora da lei envolvidos na guerrilha alimentada pelas drogas que toma a Colômbia.

Operação conjunta

O porta-voz da polícia disse que a captura foi resultado de uma operação conjunta da polícia colombiana e da venezuelana, dos dois lados da fronteira, em San Antonio. "Estamos trocando informações", afirmou.

Chávez negou furiosamente as repetidas acusações do governo e das Forças Armadas colombianas de que rebeldes esquerdistas provenientes da Colômbia estariam operando de bases em território venezuelano. Chávez e o comando de seu Exército dizem que repelirão quaisquer guerrilheiros localizados do lado venezuelano da fronteira. Segundo a polícia, os três rebeldes capturados eram membros de uma facção do ELN, de inspiração cubana, suspeita de um atentado a bomba na cidade fronteiriça colombiana de Cucuta, este mês, que causou a morte de mais de dez e ferimentos em dezenas de pessoas.

O líder da facção do ELN, que opera com o pseudônimo "comandante Tyson", escapou à operação do domingo e continua foragido do lado venezuelano da fronteira.

Cerca de 300 policiais de Tachira participam da operação lançada na região de San Antonio na quinta-feira passada (14), disse o porta-voz.
 

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