Reuters
23/03/2003 - 00h54

Cruz Vermelha conta cerca de 200 feridos em Bagdá

da Reuters, em Genebra

Funcionários da Cruz Vermelha viram cerca de 200 pessoas descritas como feridos de guerra nos hospitais de Bagdá ontem e entregaram suprimentos para cirurgias emergenciais enquanto os ataques continuavam, segundo uma porta-voz da organização.

Mas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) não foi capaz de confirmar o informe iraquiano de que havia três pessoas mortas e 207 civis feridos após o ataque noturno à capital, na sexta-feira à noite, que elevou o número de feridos para 250.

Aviões militares norte-americanos e britânicos atacaram Bagdá durante todo o dia e a noite de ontem (horário local), aumentando a violência de seu bombardeio aéreo, enquanto fuzileiros navais americanos travavam combates em terra contra forças iraquianas nos arredores da cidade de Basra, ao sul do país.

Integrantes da Cruz Vermelha conseguiram alcançar o Hospital-Escola Al-Yarmouk e o Hospital Al Kindi, o maior da capital, onde distribuíram suprimentos cirúrgicos, segundo a principal porta-voz da organização, Antonella Notari.

"Enviados do CICV visitaram dois hospitais e viram cerca de cem feridos em cada um deles", disse Notari, em Genebra (na Suíça).

"O CICV não pode dizer em que tipo de circunstâncias as pessoas foram feridas, nem se eram civis ou militares."

Em comunicado, a organização informou que: "A Cruz Vermelha de Bagdá tem estoques consideráveis de suprimentos cirúrgicos para o tratamento dos feridos."

A organização humanitária é uma das poucas a deslocar pessoal para o Iraque, com seis enviados estrangeiros em Bagdá e quatro na cidade de Arbil, ao norte do país.

"A Cruz Vermelha fez contato com as forças da coalizão para discutir a questão dos prisioneiros de guerra. Ainda não obtivemos acesso a eles", dizia o comunicado.

O secretário da Defesa britânico, almirante Michael Boyce, disse em Londres que vários milhares de prisioneiros de guerra haviam sido agrupados na área de Basra, depois que a 51 divisão rendeu-se.

A organização humanitária, que permanece neutra durante conflitos, registra prisioneiros de guerra e tenta assegurar que sejam tratados de acordo com a Convenção de Genebra, que proíbe maus-tratos. Também ajuda os prisioneiros de guerra a estabelecer contato com suas famílias.

Os seis funcionários estrangeiros da Cruz Vermelha em Bagdá também monitoravam o fornecimento de água e de eletricidade na capital. Até a noite de ontem, não haviam sido registrados problemas.

A Cruz Vermelha havia preparado bombas, tanques de armazenagem e locais para distribuição emergencial de água "se e quando necessário" em Bagdá, segundo um comunicado anterior.

O fornecimento de água na segunda maior cidade do Iraque, Basra _que tem 1,8 milhão de habitantes_ foi cortado no final da sexta-feira, mas a CICV e funcionários do governo iraquiano trabalharam durante todo o dia de sábado para normalizar o fornecimento, segundo Notari.

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