Reuters
24/03/2003 - 13h34

Oscar dá vitórias inesperadas a Roman Polanski e Adrien Brody

da Reuters, em Los Angeles

Apesar da guerra e de suas desgraças, o Oscar voltou a tecer sua teia mágica anual. Desta vez, reavivou a carreira de um diretor exilado, além de dar reconhecimento a um ator cujo melhor trabalho anterior tinha sido cortado de um filme e de finalmente premiar uma das atrizes mais importantes da atualidade.

O Oscar tinha alguma coisa para todo o mundo -o esperado e o inesperado- e foi palco de vaias e aplausos para o papel dos Estados Unidos na guerra do Iraque.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas comemorou o brilho do musical "Chicago", dando a ele o Oscar de melhor filme, e entregou o prêmio de melhor diretor a um cineasta de grande importância que até agora vinha sendo deixado de lado.

Mas o vencedor em questão não foi Martin Scorsese, como queria o chefe do estúdio Miramax Harvey Weinstein, cuja campanha constrangedora para isso parece ter dado para trás.

Em lugar disso, o premiado foi Roman Polanski, que não pode entrar nos EUA sem correr o risco de ser preso por ter sido condenado em 1978 por ter relações sexuais com uma garota de 13 anos.

Desde que fugiu dos Estados Unidos, a carreira de Polanski teve altos e baixos e pouco de seus filmes chegaram a ganhar o mesmo grau de aclamação crítica que "Chinatown" e "O Bebê de Rosemary".

E não foi apenas Polanski quem foi premiado por "O Pianista". O astro do filme, Adrien Brody, ganhou o Oscar de melhor ator e deu uma performance inesquecível.

Atônito ao ouvir seu nome sendo anunciado, Brody correu até o palco, agarrou nos braços a atriz Halle Berry, que estava apresentando seu Oscar, e, assistido por milhões de pessoas pelo mundo afora, lhe tascou um beijo longo e profundo.

"Foi melhor do que o saco de presentes", disse ele, referindo-se aos sacos repletos de produtos caros que são dados aos ganhadores. Nos bastidores, indagado se Berry tinha correspondido ao beijo, ele respondeu "sim, claro".

Discurso contundente

Mas, ao aceitar o prêmio, lágrimas vieram a seus olhos quando falou de fazer o filme e refletiu sobre a guerra no Iraque. Disse que a experiência de representar o pianista judeu Waldyslaw Szpilman durante a 2ª Guerra Mundial o levou a tomar consciência do sofrimento causado pela guerra.

"Vamos orar para que a situação se resolva de maneira rápida e pacífica", disse ele, fazendo a platéia ficar em pé.

Brody passou um ano trabalhando como ator principal em "Atrás da Linha Vermelha" (1998), de Terrence Malick, apenas para ver seu papel extirpado durante a edição. Um diretor de elenco viu os trechos cortados e sugeriu a Polanski que o contratasse.

Aos 29 anos, Adrien Brody é o ator mais jovem a receber o Oscar, quebrando o recorde anterior estabelecido por Richard Dreyfuss, quanto tinha 30 anos.

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