Reuters
24/03/2003 - 15h45

Baterista é a estrela do show da banda Maná em SP

da Reuters, em São Paulo

"Da terra da tequila para a terra da caipirinha", anunciou o vocalista do Maná, citando a preferência nacional do México e do Brasil para apresentar o último show da turnê, no domingo, em São Paulo.

O grupo desfilou seu pop rock engajado diante de um público que lotou o Credicard Hall e que se levantou das cadeiras para dançar logo nos primeiros acordes.

Após o atraso de quase um hora e de uma crescente insatisfação de alguns fãs- um deles, num gesto solitário, levantou-se e começou a gritar o nome da banda-, a apresentação começou com "Justicia, Tierra y Libertad", hino zapatista a favor dos índios mexicanos presente no mais recente álbum, "Revolución de Amor".

Enquanto Fher cantava versos como "Quando teremos democracia?/Quando acabarmos com a burocracia", o telão mostrava imagens de Ghandi, John Lennon, Bob Marley, Nelson Mandela e Jesus Cristo, todos envoltos nas cores amarelo e vermelho, marca do grupo.

Resquícios da aura politicamente correta do Maná foram vistos com a música "Cuando los Ángeles Lloran", escrita em homenagem ao brasileiro Chico Mendes, ativista e líder seringueiro assassinado em 1988.

"Chico é como um anjo que protege nossas florestas", disse em "portunhol" o vocalista, que faz parte da ONG Selva Negra, responsável por centros dedicados à preservação de tartarugas marinhas na costa do México.

O telão exibiu ainda uma campanha incentivando o uso da camisinha. O anúncio, em espanhol, mostrava números de vítimas da Aids até hoje no mundo e destacava frases de impacto como "Ignorância - Morte".

O público, já bastante animado, fez tremer o chão quando a banda tocou "Corazón Espinado", megasucesso em parceria com Carlos Santana presente no premiado álbum "Supernatural", responsável por reavivar a carreira do veterano guitarrista.

Outro momento que arrancou suspiros foi quando o vocalista convidou uma garota para dançar.

A estrela do show, entretanto, foi mesmo o baterista Alex. Mais parecendo um animador de torcida, o mexicano não deixou o instrumento e seu lugar desfavorecido no fundo do palco atrapalharem a performance eletrizante.

O músico fazia malabarismos com as baquetas, pulava no banco da bateria, subia e descia freneticamente do elevado onde se encontrava. Em certo momento até gritou "Aê, galera" e assumiu os vocais de "Me Vale" e "Fe", esta última acompanhada com um coro gritado pelos fãs fiéis.

Alex, que na coletiva de imprensa alguns dias antes mostrou-se muito interessado em visitar a Bahia para tocar com o Olodum, protagonizou um solo de bateria que durou minutos a fio e arrancou palmas, gritos e elogios, sendo o mais ovacionado quando o Maná se despediu.
 

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