Reuters
25/03/2003 - 15h00

Roteirista de "Will & Grace" fecha acordo e encerra processo

da Reuters, em Los Angeles

Um decorador de interiores que afirma ter sido a fonte de "inspiração" para a criação do personagem gay Jack McFarland, do seriado cômico "Will & Grace", aceitou fazer um acordo, encerrando assim um processo que havia aberto contra um dos roteiristas da série.

O valor do acordo não foi revelado e, segundo o advogado do decorador, Jack Deamer afirmava no processo que o roteirista Jason "Max" Mutchnick não cumpriu a promessa de lhe comprar um carro e uma casa se Deamer permitisse que o personagem Jack pudesse ser inspirado nele.

Num primeiro momento, Deamer havia citado a NBC no processo, mas no ano passado um juiz considerou que a emissora não deveria ser citada nos autos.

Aberto em março de 2001, o processo seria julgado esta semana na Corte Superior de Los Angeles, mas tudo "foi resolvido por acordo mútuo entre as partes", disse o advogado de Deamer, Alan Harris.

Deamer e Mutchnick foram amigos por 10 anos até que Mutchnick criou o piloto de "Will & Grace", em 1998, e disse a Deamer que a trama incluía um personagem chamado Jack.

De acordo com o processo, ao assistir ao piloto, Deamer afirmou que se sentiu "constrangido, humilhado e magoado ao constatar que o personagem era uma caricatura mal disfarçada dele próprio".

O personagem, "flagrantemente gay, constantemente exagerado e desmunhecado, promíscuo e irresponsável" gostava dos mesmos passatempos que Deamer e se vestia como ele: geralmente usava blusa de gola olímpica com pulôver amarrado no pescoço, calças cáqui e tênis.

Os roteiristas de "Will & Grace" teriam chegado a pedir a Deamer seus tênis velhos para que o ator Sean Hays, que representa o personagem no seriado, pudesse usá-los durante as gravações.

Deamer teria pedido a Mutchnick que mudasse o nome do personagem. Mutchnick recusou o pedido, mas disse que se o programa fizesse sucesso, compraria para Deamer uma casa e um carro no valor de US$ 500 mil.

Embora o programa tenha sido vendido para várias emissoras em março de 2000 por cerca de US$ 100 milhões, Mutchnick teria se recusado a honrar o acordo verbal feito com Deamer.
 

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