Reuters
26/03/2003 - 00h37

Iraque continua enviando petróleo à Turquia para exportação

da Reuters, em Nova York

Oleodutos iraquianos continuam a exportar petróleo para a Turquia apesar das batalhas acirradas que se desenrolam próximas aos poços petrolíferos ao sul e ao norte do país. A informação foi dada na terça-feira por fontes da ONU e do setor petrolífero.

O petróleo estava sendo enviado para o porto turco de Ceyham, no mar Mediterrâneo, a 1.050 quilômetros da região produtora ao norte do Iraque. Lá, as empresas de petróleo tem liberdade para carregar os navios, disseram funcionários da ONU.

"Enquanto houver compradores e produto nos canos, será possível continuar entregando o petróleo", disse Ian Steele, porta-voz do programa "petróleo por comida", que tem controlado as exportações de petróleo iraquianas desde 1996.

No entanto, não havia petroleiros em Ceyhan, por causa da confusão que se formou no mercado depois de o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, ter retirado do Iraque, na semana passada, o pessoal da organização que supervisionava o programa. Ninguém mais sabia se era permitido comprar petróleo do Iraque.

O programa só permite que sejam feitos carregamentos em dois portos _Ceyhan, na costa mediterrânea da Turquia, e Mina al-Bakr, no Iraque.

Segundo funcionários da ONU, a retirada dos supervisores e a suspensão do programa no Iraque acabou com as exportações de Mina al-Bakr, mas ainda é permitido que as atividades continuem em Ceyham.

Segundo compradores de petróleo, a Organização Estatal de Comercialização de Petróleo do Iraque não tem marcado carregamentos por acreditar que todo o programa foi suspenso.

Sem previsão

Nos últimos 16 meses, o Iraque entregou cerca de 1,7 milhões de barris de petróleo por dia como parte do programa "petróleo por comida". Desde quinta-feira (20), quando a guerra começou, não entregou mais nenhum barril. Não há previsão de novos carregamentos.

O volume de petróleo no oleoduto Iraque-Turquia caiu para 170 mil barris por dia, 20% a menos do que na semana anterior. A menos que parte do petróleo seja levado embora, o oleoduto vai ser fechado, pois não haverá mais lugar para estocar o produto.

Não há previsão de reabertura do porto de Mina al-Bakr que, normalmente, lida com dois terços da produção iraquiana.

O Conselho de Segurança da ONU está tentando adaptar o programa oficial para agilizar a ajuda humanitária aos iraquianos.

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