Japão pode propor mudança no Protocolo de Kyoto para incluir EUA
da Reuters, em TóquioO Japão ainda não perdeu as esperanças de que os Estados Unidos possam ser atraídos de volta ao Protocolo de Kyoto (sobre clima) e pode propor mudanças para tornar o pacto mais digerível para Washington, informou hoje um porta-voz do governo japonês.
O Japão encontra-se em um dilema entre os Estados Unidos e a União Européia, que já declarou estar pronta para ratificar o tratado de 1997, mesmo que os Estados Unidos não o façam.
"Não desistimos ainda da esperança de que o Japão, os Estados Unidos e a União Européia possam todos participarem", disse durante uma entrevista coletiva o secretário-chefe de gabinete, Yasuo Fukuda. "Adotaremos uma posição realista", acrescentou.
"Em vez de pensarmos em opções para continuar sem os Estados Unidos, nós deveríamos, até o último momento, pensar em um jeito de cooperar com eles para que o mundo inteiro possa trabalhar junto", declarou o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, depois de um encontro com o presidente norte-americano, George W. Bush, no sábado.
Mas Koizumi disse também que estava comprometido a convencer Washington a voltar ao pacto de Kyoto, o qual foi chamado por Bush de "fatalmente falho".
Autoridades do Ministério do Meio Ambiente japonês afirmaram que Koizumi não quis dar a impressão de que o Japão apoiava a decisão norte-americana de abandonar o tratado.
O Japão repetidamente declarou que a participação dos Estados Unidos, o maior emissor de gases que causam o efeito estufa, é crucial para que o Tratado de Kyoto tenha sentido.
Segundo o pacto, países desenvolvidos se comprometeriam a diminuir a emissão de gases que provocam o efeito estufa em 5,2%, em média, dos níveis de 1990 até o ano de 2012.
Entre as mudanças que o Japão poderá propor está a do ano em que o corte da emissão de gases seria baseado -de 1990 para 2000- e a do corte que os Estados Unidos inicialmente haviam concordado, em sete por cento, segundo disse a agência de notícias Kyodo hoje.