Reuters
27/03/2003 - 12h28

Debate sobre censura da internet está em alta com guerra

da Reuters, em Londres (Reino Unido)

Uma companhia que aluga espaço em servidores de internet nos EUA tirou um pequeno site de notícias da rede depois da publicação de fotos controvertidas de soldados norte-americanos capturados, alimentando acusações de que as empresas privadas estão cerceando a liberdade de expressão.

Por diversas horas na terça-feira (25), o site www.yellowtimes.org ficou desativado, portando a mensagem "a conta do domínio YellowTimes.com está suspensa." Mais tarde, no mesmo dia, havia acesso esporádico.

A medida está alimentando temores de que, enquanto imagens e relatos mais sangrentos sobre a guerra surgem, os sites independentes de notícias que estão tentando estabelecer uma reputação sejam forçados a atenuar sua cobertura de modo a não alienar os leitores e as empresas que os mantêm ativos.

Erich Marquadt, editor do YellowTimes, disse que a Vortech, empresa da Flórida que hospeda sites em seu servidor, havia desativado a página na web pela primeira vez na noite de domingo, depois que ele publicou seis fotos de prisioneiros de guerra norte-americanos obtidas da cobertura da estação de TV Al Jazeera, do Catar.

As redes de televisão norte-americanas vêm atendendo ao pedido do Pentágono de que não mostrem as imagens. "Creio que tenhamos sido o primeiro site da web a exibi-las", disse. "Mas o site foi desativado, sem aviso nenhum, horas mais tarde."

Marquadt disse que a Vortech mencionou queixas dos usuários da internet, e alegou que as imagens representavam uma violação dos contratos de uso assinados pelo site. "Eles disseram que nós violávamos a cláusula de conteúdo adulto", acrescentou.

"Nenhuma estação de televisão norte-americana tem permitido que imagens de soldados norte-americanos mortos ou prisioneiros de guerra sejam exibidas, e nós tampouco o permitiremos. Compreendemos a idéia de liberdade de imprensa, mas não queremos que os membros da família de um soldado vejam sua foto em um site. É desrespeitoso, ofensivo e repugnante," afirmava o e-mail enviado pela Vortech.
 

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