Reuters
02/07/2001 - 17h53

Para Costanza Pascolato verão será vitoriano e nômade

da Reuters

A empresária e consultora de moda Costanza Pascolato aposta em duas linhas aparentemente antagônicas para o verão: a mistura da alta-costura com o sportswear.

De um lado, vê-se uma inspiração romântico-vitoriana, com muita renda e cinturas marcadas em cintos e corpetes. De outro, cresce a força das ruas, do esporte e das tribos, representadas pelos chamados "nômades urbanos", que usam peças versáteis e de tecidos inteligentes.

"Eles são os hippies do nosso tempo", disse. "Estão em todos os lugares e assumem nas roupas as características de sua cultura".

Seria esse o "estilo", por exemplo, de quem frequenta protestos antiglobalização na Europa, de ambientalistas e de outros ativistas sociais que se vestem de forma alternativa, prática e ainda assim muito pessoal.

"Ao mesmo tempo, o mundo está mais romântico, e por isso o olhar para a estética vitoriana, revisto com os olhos das coleções futuristas dos anos 60 e 70, como Paco Rabanne e Pierre Cardin", afirmou.

Saint-Laurent, artesanato e rendas

Costanza também acredita na permanência do criador Yves Saint Laurent como uma luz-guia para muita gente que está se debruçando na prancheta de criação.

Nas tonalidades, aposta fortemente no branco e nas cores abertas. "Ninguém se arrisca muito em peças caras como as das grifes do Fashion Week. As cores ficarão para os detalhes, assim como as superfícies dos tecidos, trabalhadas em franzidos, pregas e amarrações variadas", diz ela.

As formas continuam assimétricas, com acabamentos especiais de cara artesanal para não deixar as peças "caretas" e imprimir uma marca "made in Brazil" pronta para seduzir o mercado internacional de moda.

O jeans deve ser uma dessas bases. Ele virá acompanhado de rendas e diferentes texturas.

Os papas da criação em escala planetária que ditam esses caminhos continuam sendo Miuccia Prada, John Galliano e Yoji Yamamoto, além de Nicolas Guisquiére, da Balenciaga -que resgatou a moda dos frufrus, babados e rendas há duas coleções européias.

"É preciso notar que o mundo está saindo da extravagância e migrando para linhas mais simples e elegantes. Até mesmo a androginia dos 80 tende a ir embora", diz ela. "Agora poderemos usar calça esportiva e espartilho. O look da mulher riquésima da Versace foi definitivamente abandonado".

Se a moda é mesmo um reflexo de seu tempo, a proposta parece vir alinhada com esta época de retração econômica, fim de sonhos ponto.com e um certo desencantamento com a idéia de um mundo globalizado.

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