Reuters
03/07/2001 - 07h57

Milosevic abre mão de advogado em 1ª sessão de julgamento em Haia

da Reuters, em Haia (Holanda)

O ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic recusou ser defendido por um advogado nas acusações contra ele de crimes contra a humanidade, dizendo que considera o processo ilegal. Milosevic compareceu hoje diante do TPI (Tribunal de Penas Internacional) da ONU (Organização das Nações Unidas) em Haia (Holanda).

AP - 02.fev.2001

Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia
"Eu considero que este tribunal é um falso tribunal e as acusações contra mim também são falsas. Não tenho necessidade de advogados diante deste organismo", disse o ex-ditador.

A atitude de Milosevic já era esperada. Ele deve manter-se em silêncio durante o processo, como forma de retardar seu julgamento. Uma fonte da promotoria, no entanto, disse que ele será interpelado a fazer declarações por escrito para evitar a demora no processo. "Milosevic não poderá obstruir o processo com seu silêncio", afirmou a fonte, que preferiu não se identificar.

A declaração de Milosevic foi considerada pelo presidente da corte, o juiz britânico Richard May, como uma declaração de "não culpado". O ex-presidnete já havia dito que não reconhecia a autoridade do tribunal, por acreditar ser o órgão um braço das forças da Otan (aliança militar ocidental), que bombardearam a Iugoslávia em 1999.

Quando Milosevic iniciava um discurso contra o tribunal, foi interrompido por May. "Sr. Milosevic, este não é um momento para discursos. Terá todas as oportunidades para se defender e fazer sua própria defesa diante do tribunal", afirmou o juiz, encerrando a sessão, que durou cerca de 12 minutos.

Foi a primeira aparição de Milosevic no tribunal da ONU, cinco dias após ter deixado a capital iugoslava (Belgrado).

O ex-presidente da Iugoslávia é também acusado de assassinatos e deportações maciças em Kosovo, ocorridas em 1999.


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