Guerra no Iraque levanta importante questão moral, diz Vaticano
da Reuters, no VaticanoO Vaticano disse hoje que a guerra no Iraque poderia ter sido evitada e que o crescente número de mortos no conflito levanta uma "grande questão moral".
"Enquanto a guerra se arrasta, a grande questão moral sempre será a mesma", disse Joaquín Navarro Valls, principal porta-voz do Vaticano. "Justificam-se as mortes dos dois lados, além do sofrimento, da destruição e do ódio, quando havia outros meios pacíficos para calar a ameaça vinda do Iraque?", questionou.
Os comentários feitos por Valls foram as críticas mais diretas feitas pelo Vaticano ao conflito depois do início dele. O papa João Paulo 2º fez vários apelos genéricos pela paz nas duas últimas semanas.
Reuters - 30.jul.2002 |
João Paulo 2º, 82, no Vaticano |
O Vaticano havia pedido que os líderes iraquianos se desarmassem, obedecendo à vontade da comunidade internacional. Ao mesmo tempo, opuseram-se ao uso da força para solucionar a crise.
O papa envolveu-se em uma campanha intensa para tentar evitar a guerra. Reuniu-se com vários políticos e enviou representantes para conversar tanto com o presidente iraquiano, Saddam Hussein, quanto com o presidente norte-americano, George W. Bush.
O Vaticano também se mostrou desapontado com os EUA e com os países que apóiam os norte-americanos por terem dado início à guerra sem a aprovação da comunidade internacional.
Ontem, diante de uma comissão da ONU (Organização das Nações Unidas), que discute o desarmamento, o observador do Vaticano na instituição, Celestino Migliore, elogiou os que participam dos protestos contra a guerra em todo o mundo.
"A grande mobilização de homens e mulheres que vemos em quase todos os lugares indica que a causa da paz opera grandes progressos na consciência da humanidade", declarou.
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