Reuters
04/04/2003 - 16h45

Livro de Michael Moore com sátiras a Bush chega ao país em abril

da Reuters, em São Paulo

O livro de Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário por "Tiros em Columbine" e autor do discurso mais polêmico da cerimônia, chega ao Brasil neste mês.

Há 50 semanas nas primeiras posições da lista dos mais vendidos do jornal "The New York Times" e vencedor do The Book of the Year britânico, "Stupid White Men - Uma Nação de Idiotas" será lançado no Brasil no dia 25 de abril pelo selo Francis da editora W11.

O livro contém ataques ferozes a George W. Bush, como a carta aberta em que Moore pergunta diretamente ao presidente dos EUA se ele é analfabeto, alcoólatra e criminoso.

As grandes corporações, as eleições na Flórida, o sistema judiciário dos EUA e até o Partido Democrata ("'Bill Clinton foi o nosso melhor presidente republicano", escreve) também são alvos de seu discurso ferino calcado muito mais no poder das frases de efeito do que no rigor das informações ou da reflexão.

Pacifista, ele propõe soluções inusitadas - e muitas vezes escrachadas - para os conflitos no Oriente Médio, Irlanda do Norte e ex-Iugoslávia. Sugere, por exemplo, que os protestantes irlandeses convertam-se ao catolicismo, que ofereceria mais sexo, mais dias de folga, álcool de graça e um lugar garantido no céu.

O livro foi impresso dias antes do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 e por pouco não chegou às livrarias acusado de falta de patriotismo.

Porém, um movimento de bibliotecários fez a editora Harper Collins lançar "Stupid White Men" sem alterações. O resultado foi instantâneo: mais de 50 mil cópias vendidas nas primeiras 24 horas nas livrarias. Em menos de seis meses, já eram 550 mil livros vendidos só nos EUA.

No Reino Unido, "Stupid White Men" conseguiu um de seus maiores feitos em 24 de fevereiro ao abocanhar o The Book of the Year batendo, entre outros, o vencedor do Booker Prize "The Life of Pi", de Yann Martel, e "Reparação", romance do inglês Ian McEwan.

Apesar do sucesso, Moore está longe de ser unanimidade nos Estados Unidos. Desde sua estréia no cinema - com o documentário sobre a saída de uma fábrica da General Motors da cidade de Flint, em Michigan -, o criador do extinto programa "TV Nation" e da série "The Awful Truth" construiu uma imagem pública de defensor dos trabalhadores contra as grandes corporações.

Seus críticos dizem que o escritor e documentarista não passa de uma fraude, já que mora num apartamento em Nova York avaliado em US$ 1,2 milhão e passeia em limusines.

Outros apontam erros de informação em "Stupid White Men", especialmente quanto a valores de doações de campanha e gastos orçamentários do governo no setor militar.

O próximo projeto de Moore promete irritar ainda mais seus desafetos. Segundo o "Daily Variety", ele vai mostrar as ligações entre as famílias Bush e Laden, do terrorista Osama bin Laben, num documentário batizado de "Fahrenheit 911".

Surpreendentemente, a produção estaria a cargo da Icon Production, empresa do ator Mel Gibson, conhecido por sua simpatia ao Partido Republicano.
 

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