Juíza da Suprema Corte dos EUA critica pena de morte
da Reuters, em Minneapolis (EUA)Sandra Day O'Connor, juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, afirmou estar preocupada com a possibilidade de pessoas inocentes estarem sendo executadas no país.
O'Connor citou os casos de 90 detentos condenados à morte que tiveram sua execução cancelada. Segundo a juíza, esse fato seria um indício de que pessoas inocentes estavam sendo mortas no país.
"Se as estatísticas servem como um indicativo, o sistema estaria permitindo que pessoas inocentes sejam executadas", afirmou a juíza a um grupo de advogadas em Minneapolis.
Os Estados norte-americanos executaram mais de 700 pessoas nos últimos 25 anos. O governo federal, após 38 anos sem recorrer à pena capital, retomou as execuções no dia 11 de junho último, quando colocou fim à vida de Timothy McVeigh.
"Questões sérias vêm sendo levantadas sobre se a pena de morte está sendo aplicada com justiça neste país", afirmou O'Connor.
"Talvez seja tempo de buscar padrões mínimos na escolha de advogados em casos passíveis de condenação à morte e em fixar um pagamento adequado para os advogados apontados pelo Estado", disse a juíza.
O'Connor criticou a diferença entra a qualidade da defesa recebida por um réu rico e aquela recebida por um acusado pobre.
A juíza disse também que, segundo estatísticas, no Texas, o que mais aplica a pena de morte, os réus com advogados apontados pelo Estado tinham uma probabilidade 28% maior de serem condenados.
Quando condenados, eram 44% maiores as chances de esses réus receberem a pena de morte.
O'Connor, 71, foi nomeada para seu cargo em 1981 e tornou-se então a primeira mulher ocupar uma vaga na Suprema Corte dos EUA.