Reuters
07/04/2003 - 09h59

Polícia procura 29 turistas europeus desaparecidos no Saara

da Reuters, em Berlim

Um total de 29 turistas europeus, entre os quais 15 alemães e oito austríacos, desapareceu recentemente na parte argelina do deserto do Saara, disseram hoje investigadores da Alemanha.

As polícias alemã e austríaca viajaram para a região a fim de participar da busca pelos turistas, alguns dos quais não se tem notícias desde o final de fevereiro.

O presidente da Áustria, Thomas Klestil, pediu do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, em uma carta enviada hoje, "o máximo de empenho" para assegurar a descoberta do paradeiro dos turistas desaparecidos.

A ministra das Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, disse: "Não tenho informações sobre qualquer tipo de grupo envolvido, sobre se há grupos terroristas envolvidos ou grupos criminosos. Não podemos descartar nenhuma hipótese neste momento".

"Outros austríacos que estão na Argélia não devem viajar até a região onde supostamente ocorreram os desaparecimentos", declarou Ferrero-Waldner, referindo-se ao sul da Argélia.

A agência de investigação criminal da Alemanha, Bundeskriminalamt (BKA), disse ter enviado cinco agentes para a Argélia ontem a fim de colaborarem com as autoridades locais nas buscas.

Segundo a polícia alemã, entre os desaparecidos estava também um sueco. Jornais disseram que um dinamarquês e quatro suíços haviam sumido na mesma região.

Os turistas viajaram em grupos separados para o Saara. O primeiro desapareceu no final de fevereiro.

Percebeu-se o sumiço dos oito austríacos na semana passada, quando, segundo familiares, não apareceram para pegar um trem que os levaria até a Tunísia.

Ferrero-Waldner disse que dois policiais da unidade especial Cobra, da Áustria, e três diplomatas com experiência no norte da África foram enviados para ajudar a Embaixada do país na Argélia.

O território argelino vive imerso em uma onda de violência desde 1992, quando o governo, com o apoio dos militares, cancelou uma eleição geral que extremistas islâmicos estavam prestes a vencer.

Desde então, mais de 100 mil pessoas foram mortas, segundo o governo. Outras fontes de informação, desligadas das autoridades, estimam o número de mortos em 150 mil.
 

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