Reuters
12/05/2003 - 19h45

Rebeldes colombianos ''lamentam'' morte de 10 reféns

da Reuters, em Bogotá

Os rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) disseram ''lamentar'' o assassinato de 10 reféns durante uma operação de resgate malsucedida realizada pelo Exército na semana passada. Eles ressaltaram, no entanto, que não vão deixar os prisioneiros serem levados sem ''reação militar''.

Os rebeldes marxistas das Farc mataram, no dia 5 de maio, o governador de uma Província, um ex-ministro da Defesa e oito militares mantidos como reféns na mata fechada minutos antes do Exército entrar no campo da guerrilha, disseram sobreviventes e representantes das Forças Armadas colombianas.

''Em nenhum caso os rebeldes podem permitir que seus prisioneiros sejam levados por forças inimigas sem uma reação militar da guerrilha, de acordo com planos defensivos à disposição'', disse o comandante das Farc, Raul Reyes, em uma carta obtida pela Reuters.

''Apesar disso, eu não hesito em lamentar o final trágico das pessoas mortas'', disse ele.

Reyes, membro da diretoria das Farc, composta por sete homens, culpou o presidente Álvaro Uribe, dizendo que o ele mandou ''comandos suicidas'' para libertar os reféns em um ataque de helicóptero durante o dia.

O assassinato dos reféns --descrito como um massacre pela ONU (Organização das Nações Unidas)-- trouxe uma nova onda de indignação contra as Farc em um país assolado por quatro décadas de guerra civil.

As Farc, integradas por 17 mil homens, ainda mantém 70 reféns importantes, entre eles um congressista colombiano, uma ex-candidata presidencial e três civis contratados pelo Departamento de Defesa dos EUA e sequestrados de um helicóptero que caiu em fevereiro.

As Farc querem trocar os reféns importantes por guerrilheiros presos, mas o governo diz que só concordará com uma ''troca humanitária'' se os rebeldes também libertarem centenas de civis comuns que sequestraram para receber pagamento de resgate.

Uribe, cujo pai foi morto por resistir a sequestradores das Farc há 20 anos, intensificou a campanha militar para pôr fim ás ações de rebeldes de esquerda e paramilitares de direita envolvidos em uma guerra que mata milhares de pessoas por ano.
 

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