Reuters
15/05/2003 - 18h28

Hackers usam serviço da Apple para acessar músicas de graça

da Reuters, em Los Angeles (EUA)

A nova loja on-line de música da Apple Computer provou ser tanto um sucesso comercial inesperado quanto uma rota clandestina para a troca de arquivos musicais por alguns usuários de computadores Macintosh, segundo analistas e executivos da indústria da música.

A Apple anunciou na quarta-feira (14) que mais de dois milhões de músicas foram compradas em sua loja on-line iTune Music Store desde o lançamento do serviço, 17 dias atrás.

De acordo com analistas, o número supera facilmente o tráfego de diversos outros serviços sancionados pelas gravadoras ao longo dos últimos 18 meses com o objetivo de combater a pirataria on-line.

O forte histórico de vendas da Apple é bem-vindo entre as gravadoras que procuram por uma alternativa viável aos serviços de troca gratuita de arquivos. Segundo elas, esses serviços vêm fazendo com que milhões de potenciais consumidores não comprem CDs.

Mas o entusiasmo do setor talvez seja arrefecido pelo surgimento de sites e aplicativos que permitem que usuários de Macs façam buscas nos discos rígidos de outros computadores com o mesmo sistema operacional para ouvir música on-line sem as licenças e permissão necessárias.

Carey Ramos, advogado da National Music Publishers Association, disse que estava impressionado com o serviço da Apple e que esperava que a empresa tomasse medidas para eliminar as trocas de arquivos.

Ainda que a Apple, que vende canções por US$ 0,99, tenha afirmado que o serviço só permite que usuários copiem arquivos para dois outros computadores Macintosh, programadores descobriram uma maneira de permitir que o software iTunes copie e execute música via internet, afirmam especialistas.

A Riaa (Recording Industry Association of America), organização setorial que reúne as grandes gravadoras --Warner Music, EMI, BMG, Universal Music e Sony Music-- e a Apple preferiram não comentar o assunto.

Vários executivos da indústria da música, porém, afirmaram que o sucesso do serviço da Apple sobrepujou o problema das trocas ilegais de arquivos, o qual consideram ser isolado até agora.

Antes do lançamento do serviço da Apple, usuários de computadores Macintosh não podiam usar serviços apoiados pela indústria como a Pressplay e MusicNet.

Rob Lockstone, engenheiro de software da Califórnia, diz ter fechado o seu site baseado no iTunes (www.itunesdb.com) depois de apenas uma semana, ao encontrar por acaso um aplicativo que permite que usuários baixem música do iTunes para suas máquinas sem pagar.

Ele afirmou que não foi contatado pela Apple ou qualquer gravadora, mas se sentiu compelido a fechar o site pois a página estava sendo usada de uma maneira que ele não tinha previsto. "Eu não posso continuar a fornecer um serviço que vai facilitar o roubo de material protegido por direitos autorais", afirmou Lockstone em uma mensagem em seu site.

Lockstone disse à Reuters que seu site não permite que o usuário baixe música diretamente e que ele implementou um mecanismo para impedir que endereços IP individuais se conectassem ao seu site. Porém, hackers violaram as proteções para ter acesso aos endereços.

"Eles vinham para o meu site, ou outro, e basicamente colhiam endereços para usar em um outro programa que se conecta a servidores do iTunes e copia arquivos de MP3", afirmou Lockstone.
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca